quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Os donos de igrejas não são possuidores da sua alma, liberte-se!



Os donos de igrejas não são possuidores da sua alma, liberte-se!
Escrevo este artigo para realçar uma triste realidade em que funestos governos eclesiásticos através de seus “pastores feudais” empurram garganta abaixo de seus liderados tolhidos e fadados um sistema de mesmices e descalabros, uma cultura de exploração e de extrapolação de direitos sob disfarçada forma religiosa (não é religiosa, pois em sua ligadura há uma mistura carnal e maligna). Quando um suposto líder usa dos meios de sua influência para obter fins de proveito próprio, temos então a caracterização de abuso de poder e muitos abandonaram o ministério cristão para tornarem-se nos donos da igreja local. E todos nós sabemos que isso ocorre dos piores modos em algumas denominações evangélicas, convenções de ministros; ministérios locais e igrejas.

A aplicabilidade do termo “poder” em sua variada semântica denota autoridade, domínio, controle, influência e até imposição. Os homens em suas diversas organizações necessitam de governo equilibrado, boa liderança e voz de comando mansa. Na democracia a indispensabilidade da ordem e do progresso está intimamente ligada ao exercício do poder por um indivíduo ou instituições que assegurem a detenção e equilíbrio do mesmo. A igreja não é uma democracia, mas em alguns sistemas que beiram o congregacional (como nas Assembléias de Deus), os membros têm voz ativa e devem participam do exercício deste poder deliberativo de conduzir a igreja para o seu melhor nos aspectos espiritual, evangelístico, administrativo e social.

Por conta do pecado há inculcado nos recônditos da natureza humana uma aspiração pelo poder a qualquer preço; só nos libertamos desta introjeção quando Cristo torna-se o Senhor de nosso eu. Lúcifer perdeu sua posição original porque também se deixou corromper pelos devaneios do poder. Para exemplificar a reflexão, permita-me descrever-lhes uma pequena e pertinente estória. É possível que este fictício se identifique ou venha retratar despretensiosamente realidades de muitos crentes por este Brasil afora.
Numa produtiva reunião de obreiros locais, o mais audacioso dos pastores da pequena congregação percebeu que os seus posicionamentos intrépidos exerciam influência sobre a vida de outros obreiros do pequeno ajuntamento. 

A simples descoberta despertou-o a perspicazmente incubar um futuro sistema de autoritarismo, cabresto ideológico e ditadura religiosa através de suas mensagens e instruções. O esperto demagogo em seu projeto de agregação portava-se como um líder imediato, arrojado e promissor para o futuro da comunidade. O tempo passou e a congregação cresceu. O sutil pastor do próprio ego conseguiu convencer os irmãos a pedirem a emancipação eclesiástica. Assim; enfim alcançou os intentos de sua maior ambição pessoal – tornar-se o pastor presidente da nova igreja sede. Na medida em que a tenra matriz desenvolvia e expandia-se através de suas congregações emergentes por todos os bairros da cidade; ardilosamente um esquema calculista de perpetuação no poder era dissolvido no estatuto e regimento interno da recente igreja matriz que naqueles dias experimentava uma verdadeira ebulição espiritual.

O calendário é ininterrupto e em poucos anos a dita “presidência da igreja” extinguiu as assembléias de membros e suprimiu bastante as reuniões de obreiros, de forma que as decisões mais importantes estavam subordinadas ao famigerado administrador da igreja. As cavilações, vaidades e costumes do “dono da obra” tornaram-se padrão de vida para os membros. Sua arrogância foi assimilada como unção, sua presunção como autoridade e seu disfarçado e engenhoso plano de poder como visão ministerial avançada. Uma tirania dominou o prelado espiritual (de espiritualidade nada mais lhe restava) que no desequilíbrio de seu comportamento de imposição e sem medir conseqüências massacrou a “chamada oposição” que não se curvava frente ao cetro de sua descabida monarquia de autoritarismo. Ou todos eram vassalos de manobras ou prisioneiros de uma masmorra de depreciação espiritual – não havia pra onde correr e muito menos como escapar.

O bispo do poder em sua posição marcial fez com que diáconos, presbíteros (cargos locais) e até oficiais (evangelistas e pastores) fossem depostos de suas funções e os últimos relegados a meros ocupantes das cadeiras do púlpito – já que não tinham oportunidade para mais nada. Pelos retrovisores do tempo a imagem do outrora pastor arrojado foi encoberta por uma poeira de ganância e por uma avidez pela supremacia que culminou em um tipo cruel de ditadura eclesiástica. No fim da estrada, a carruagem daquele pastor-rei chegou a seu castelo de ideais maquiavélicos e de arguta estratégia, cujo propósito era o de enfraquecer o corpo de obreiros e controlar o ministério através da convergência de poderes centrados na autoridade do patriarca da igreja sede. 

A cultura enxertada pela ditadura do “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, configurou uma igreja não senhora de si mesma, subordinada a um tipo de subserviência que aceitava e aplaudia o déspota e arrogante proprietário daquele engenho eclesiástico.
Encerro a exposição declarando que frequento uma igreja que tem seus problemas com todas as outras. 

Com certeza deve ter gente lá insatisfeita com a administração como tem em todo lugar. Mas posso assegurar-lhes que como igreja evangélica bem organizada e doutrinada, a minha igreja dá exemplo e mantêm reuniões administrativas, apresenta relatórios de suas operações, discute com sua membresia e quadro de obreiros suas principais e inevitáveis decisões. Quero crer que a postagem seja útil no despertar de consciências para uma igreja local forte, soberana e livre para servir a Deus sem paredões de egoísmos episcopais, reconhecendo os verdadeiros pastores e pondo fora os obreiros do mal ou mesmo saindo dessas igrejas controladas por homens gananciosos.


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