Em primeiro lugar, é impossível para seres finitos terem livre arbítrio. Se pensarmos no exercício da vontade como o movimento da mente rumo a uma certa direção, surge a questão quanto ao que move a mente, e por que ela se move em direção aonde se move.
Mesmo se supormos que a mente possa mover-se por si própria, ainda nos fica a questão do porquê dela mover-se à uma dada direção, isto é, porque escolhe uma opinião em vez de uma outra. Se se traça o movimento e a direção da mente a fatores externos à própria mente - fatores que se inculcam sobre a consciência vindos de fora, e assim influenciando ou determinando a decisão - então como esse movimento da mente é livre?
Por outro lado, se se traça a causa às propensões inatas da pessoa, então tal movimento da mente, igualmente, não é livre, visto que tais inclinações embutidas não foram livremente escolhidas (ou seja, sem influências externas) pela pessoa em primeiro lugar, todavia determinam as decisões que ela toma. Se as decisões de uma pessoa são determinadas por uma mistura de propensões inatas e influências externas, fica que ela não tem livre arbítrio. Se a mente toma decisões baseada em fatores, causas e influências não escolhidas pela mente mesma, então tais decisões não são livres. Ainda que possamos afirmar que o homem tenha uma vontade, de modo que a mente possa realmente mover-se para diferentes opções, a faculdade e a razão para tal movimento nunca é determinada pela mente em si própria, mas por alguma outra coisa que não ela mesma (no caso, Deus).
Extraído de: http://www.materiasdeteologia.com
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