A ti relatei os meus caminhos e tu me respondeste. (Sl 119.26.)
A PESSOA QUE ORA COM A ALMA, que ora com liberdade, que ora com profundidade — se abre diante de Deus. Põe para fora seus pecados, seus sentimentos, suas dores, suas queixas, suas incógnitas, seus medos, seus pavores, suas decepções, suas amarguras, suas loucuras. Os salmos estão repletos dessas diversas aberturas de alma.
Só uma vez, porém, se diz que o salmista pôs para fora as suas veredas: "A ti relatei os meus caminhos" (Sl 119.26). Confessar pecado é uma coisa, desabafar mágoas é outra e expor os próprios caminhos é quase uma novidade.
Caminho é trilha, é rota, é movimento, é acontecimento. Ao relatar os seus caminhos, o salmista está contando de onde veio e para onde vai. Ele sabe que há muitos caminhos diante dele, alvoroçando-o.
De um lado estão o caminho da vida, os caminhos do Senhor, o caminho da fidelidade, o caminho eterno (Sl 16.11; 18.21; 119.30; 139.24). Do outro lado estão os caminhos enganosos, o caminho mau, o caminho da falsidade (Sl 119.29, 101, 128). Em que caminho estaria o salmista?
O juízo, a avaliação, a descoberta do caminho pelo qual se anda não é tão simples quanto se pensa. Porque “há caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte” (Pv 14.12).
Esse relatar humilde e submisso dos caminhos que estamos trilhando deve terminar com a súplica igualmente humilde e submissa: "Ensina-me o teu caminho, Senhor; conduze-me por uma vereda segura" (Sl 27.11).
Fonte: Elben M. Lenz César
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