MIQUÉIAS 2:1-3, 6-7, 11
Ai daqueles que planejam maldade,
dos que tramam o mal em suas camas! Quando alvorece, eles o executam, porque
isso eles podem fazer. Cobiçam terrenos e se apoderam deles; cobiçam casas e as
tomam. Fazem violência ao homem e à sua família; a ele e aos seus herdeiros. 1
Portanto, assim diz o Senhor: “Estou planejando contra essa gente uma desgraça,
da qual vocês não poderão livrar-se. Vocês não vão mais andar com arrogância, pois
será tempo de desgraça.
“Não preguem”, dizem os seus
profetas. “Não preguem acerca dessas coisas; a desgraça não nos alcançará.” Ó
descendência de Jacó,é isto que está sendo falado: “O Espírito do Senhor perdeu
a paciência? É assim que ele age?” “As minhas palavras fazem bem àquele cujos
caminhos são retos Se um mentiroso e enganador vier e disser: ‘Eu pregarei para
vocês fartura de vinho e de bebida fermentada’, ele será o profeta deste povo!.
Pequenos desastres acontecem
todos os dias. Desastres maiores não são tão freqüentes, mesmo assim, vários
deles ocorrem todos os anos. Um acidente pode mutilar e matar várias pessoas.
Uma floresta em chamas pode deixar delas centenas sem casa. Desastres naturais tais
como furações, terremotos e tsunamis podem eliminar milhares de seres humanos.
E algumas guerras matam muitas pessoas.
Os homens sempre se
interessaram em relacionar esses acontecimentos com o que pensam saber sobre
Deus e sobre si mesmos, e o fazem de forma coerente com suas cosmovisões.
Entretanto, muitas pessoas adotam
linhas de pensamento incapazes de lidar com catástrofes e, dessa forma, pensam
nos desastres apenas como algo aleatório, sem sentido e inexplicável.
Algumas pessoas se refugiam
no pragmatismo, focando-se em juntar pedaços; outras são dirigidas ao cinismo e
desespero.
Porém, quer proponham
explicações próprias, quer não, ainda que as explicações concordem ou não umas
com as outras, elas estão unidas em condenar quem afirma tratar-se de atos divinos
para castigar os pecadores – adoradores de ídolos, blasfemadores, assassinos,
fornicadores, fraudadores,
opressores, amantes de si mesmos e não de Deus, e todos os que desejam eliminar
os sinais da existência de Deus de tribunais, escolas e famílias.
Isso não se dá pela
possibilidade da comprovação da inocência dessas pessoas, ou da atestação de
que Deus não pune, mas pelo anátema imposto sobre quem ousa sugerir que Deus os
castigaria com guerras, enchentes e incêndios que às vezes matariam milhares de
pessoas. Qualquer um que ouse sugerir que um desastre pode ser a punição divina
legítima aos malfeitores é considerado cruel, antipatriótico, ou coisa
semelhante. Deve-se ressaltar que entre esses indivíduos encontram-se tanto
não-cristãos quanto cristãos professos. Eles se recusam a crer que Deus seja a
causa de que qualquer desastre natural
ou “realizado pelo homem” como juízo contra os transgressores e advertência
para os demais.
1
Nota do tradutor: “Estou
planejando contra essa gente um desastre”, na versão do autor (NIV).
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Entre outras coisas, os
profetas bíblicos faziam previsões e eram intérpretes divinamente inspirados da
providência. Eles declarariam ao povo o que Deus estava para fazer e o porquê de
sua ação. E após algo ter acontecido, eles poderiam oferecer uma interpretação
autorizada de como o acontecimento se encaixava no plano de Deus.
Eles eram capacitados pelo
Espírito para “ler” infalivelmente a providência. Sem essa inspiração divina,
seria perigoso tentarmos fazer o mesmo. Isso não significa a ausência de conhecimento
sobre as intenções e os propósitos de Deus, mas não devemos ultrapassar a revelação
e cair na especulação. Por outro lado, isso também significa que enquanto
permanecermos na revelação da
Escritura, é possível chegar a algumas interpretações gerais do que Deus
faz no mundo e na nossa vida.
A Bíblia nos diz que Deus
pune os pecadores tanto com desastres naturais quanto com os “realizados pelo
homem”, desde contratempos e inconveniências do dia-a-dia até enchentes, terremotos,
pragas, fomes, nevascas, e assim por diante. Todas as coisas ocorrem pelo
decreto
e poder soberano de Deus.
Algumas delas envolvem
decisões e ações humanas, e assim, distinguimos desastres naturais dos
“realizados pelo homem”. Isso não é atribuir liberdade aos seres humanos nesses
acontecimentos, como se pudessem fazer algo sem o poder direto, ativo e
constante de Deus, movendo-os a pensar e realizar o que ele tenha decretado,
mas é enfatizar o controle divino tanto da natureza quanto do homem, de forma
que até mesmo os chamados desastres “realizados pelo homem” foram planejados e
causados por Deus. Esses incluem guerras, terrorismo e genocídio. Os desastres
são “realizados pelo homem” somente em sentido relativo. Assim, segundo nosso
propósito, a distinção não é estritamente necessária.
Ressaltamos que Deus é a
causa direta, soberana e justa de todos os desastres de todos os tipos.
A partir desse ensino
bíblico, podemos então formar interpretações gerais dos vários atos da providência,
incluindo desastres naturais e “realizados pelo homem”. E temos a garantia da Escritura
para dizer que quando desastres como furacões, tsunamis, e até mesmos ataques terroristas
ocorrem, matando milhares de pessoas, há quase sempre um elemento de castigo divino.
Para falar de maneira clara, Deus mata pessoas por serem pecadoras e merecerem morrer,
e por ser o tempo para puni-las. Não é esse o ensino escriturístico? Se você
rejeita isso, pode parar também de se chamar um cristão, pois sua fé descansa
em si mesmo e em suas opiniões, e é evidente que você não tem nenhuma
consideração para com Deus e a
Escritura. Então, outro
efeito tencionado por esses desastres é despertar os eleitos e endurecer os
réprobos.
O elemento humano complica o
assunto, embora não para quem lê e afirma a Escritura, e que não se indignou
com o ensino que não pode mais pensar claramente. O que complica o assunto,
para alguns, é que as próprias pessoas usadas por Deus para punir pecadores
são, não raro, igualmente ímpias. A Escritura trata disso em diversos lugares.
Quando Deus usa o
ímpio para punir o culpado,
ele também planeja punir esse instrumento da providência no futuro. De fato,
Deus move-os para realizar atos adicionais de impiedade e cumprir seu decreto:
fazê-los incorrer numa ira ainda maior.
Isso foi demonstrado várias
vezes na história de Israel. Quando o povo caiu em pecado e idolatria, Deus
enviou nações estrangeiras para massacrá-los e escravizá-los. Mas esses invasores
também estavam sujeitos à ira de Deus, e precisamente por terem massacrado e escravizado
o povo de Deus (movidos pelo poder divino) que o juízo de Deus caiu sobre eles
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também, não muito tempo
depois. Considere Israel no tempo de Cristo. O Filho de Deus veio e os judeus o
assassinaram, dizendo: “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos!”
(Mateus 27:25). Deus fez com que o pedido deles fosse realizado. Dentro de uma geração,
os romanos saquearam e queimaram Jerusalém, e a devastaram completamente. Mas
Deus também destruiu os
romanos. Esse é o padrão da providência.
Apenas a menção desse fato é
considerada anti-semita para muitas pessoas, mas elas são hipócritas. Que os
judeus primeiro respondam pelo assassinato de Cristo e dos milhares de cristãos
que pereceram no início da igreja, e então poderemos falar sobre anti-semitismo.
A verdade é que esses desastres foram obra de Deus, e adotar a mentalidade de
que as vítimas
são sempre inocentes é
mostrar que as pessoas ainda não aprenderam com a própria história.
Como nos dias de Miquéias,
elas ainda dizem: “A desgraça não nos alcançará. O Espírito do Senhor perdeu a
paciência? É assim que ele age?”. Mas, a menos que eles se arrependam e creiam
no evangelho, nem mesmo mil holocaustos se assemelharão ao tipo de sofrimento
que experimentarão após essa vida. Certamente, isso não é verdade apenas para
os judeus, mas
para todas as pessoas de
todos os lugares.
Por isso, é verdade que
podemos ler a providência de modo geral a partir das informações dadas pela
Escritura. Mas devemos nos assegurar de que conhecemos realmente o que a Bíblia
ensina e evitarmos ir além do que ela diz em nossa interpretação. Para
ilustrar: os amigos de Jó, que tentaram confortá-lo, terminaram confundindo e
até mesmo difamando seu
caráter, pois interpretaram
incorretamente o motivo para aqueles desastres terem caído sobre Jó. A Bíblia
não diz que os desastres sempre ocorrem como castigos divinos ou porque as vítimas
pecaram. Lembre-se de João 9, onde Jesus e seus discípulos se depararam com um homem
cego de nascença. Os discípulos enunciaram sua suposição ao perguntarem:
“Mestre, quem pecou: este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?”.
Jesus respondeu: “Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a
obra de Deus se manifestasse na
vida dele”.
Todavia, isso não nos faz
retroceder ao desconhecimento total dos significados e propósitos dos atos da
providência divina. Os princípios estão na Escritura, mas os amigos de Jó e os discípulos
de Jesus presumiram excessivamente, e os aplicaram de modo equivocado.
Devemos evitar emitir
avaliações específicas sobre a razão de algo acontecer, pois ainda que estejamos
parcialmente corretos, Deus pode ter várias razões para realizar seus atos, e
não somente a que você imaginou.
Por outro lado, quem insiste
que certo desastre no qual muitas pessoas pereceram não ocorreu como juízo
divino comete o mesmo erro, apenas na direção oposta. Eles alegam conhecer a mente
de Deus numa proporção maior que a declarada na Escritura. Quanto ao que
rejeita a
idéia da retribuição divina
por meio de acidentes naturais e de desastres “realizados pelo homem”, e da
morte de milhares de pessoas no processo, seu problema é incredulidade na Bíblia,
e por isso, deve ser abertamente confrontado e refutado nesse ponto. Uma coisa
é debater se determinado desastre é juízo de Deus ou não, em que sentido ele é
juízo divino, ou
se o juízo é a principal
razão, mas rejeitar esse conceito de imediato é puro preconceito.
A Bíblia denuncia
repetidamente como falsos profetas quem oferecia falso conforto. Eles pregavam
“paz, paz” quando não havia paz (Jeremias 6:14). Anunciavam a prosperidade quando
a calamidade estava às portas. Deus condenou-os porque “tratam da ferida do meu
povo como se não fosse grave” (Jeremias 6:14). Já os verdadeiros profetas de
Deus, que Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
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recebiam mensagens dele,
entendiam que “para os ímpios não há paz” (Isaías 57:21).
Anunciavam o juízo a quem
pecava.
Considere os desastres
naturais mais destacados e recentes e também os “realizados pelo homem” em
várias partes do globo. Posso dizer, no mínimo, que nenhum dos povos e regiões afetados
representava a santidade cristã. Sem a revelação pessoal de Deus, não podemos alegar
conhecer a mente divina a respeito das razões e dos propósitos específicos para
esses
acontecimentos. Contudo,
podemos ser tão específicos quanto a dedução a partir dos princípios
escriturísticos nos permitir. Sobre essa base, o mínimo que podemos dizer é que
ninguém deveria ficar impressionado com a idéia de que Deus tenha causado esses
desastres para matar algumas pessoas como aplicação do juízo contra elas, e
como advertência para os
associados com elas.
Talvez alguns concordem que
as vítimas desses desastres eram pecadores que mereciam o que lhes aconteceu.
Eles eram idólatras, fornicadores, trapaceiros, opressores e amantes de si mesmos
e da riqueza em vez de amarem a Deus. Entretanto, pode parecer a essas pessoas
que
admitir isso seja colocar
mais lenha na fogueira, e desdenhar da memória delas. Embora eu entenda essa
perspectiva, não simpatizo com ela por exaltar o homem a ponto de honrar quem se
opõe a Deus, sem reconhecer a advertência proveniente da morte deles.
Em vez disso, quando o
desastre acontece, deveríamos dizer: “Essas pessoas eram idólatras, avarentas,
lascivas e ímpias ao extremo. Embora Deus possa ter outras razões, isso parece
ser um juízo contra elas, e uma advertência para os outros. Não estou pronto
para encontrar a Deus nesse momento. Se eu fosse uma das pessoas mortas,
poderia estar sofrendo no inferno agora. Se o desastre me atingisse hoje, temo
que Deus me lançaria da sua presença para ser atormentado no fogo do inferno
para sempre. Preciso me arrepender. Isso não pode esperar nem mais um minuto.
Devo me emendar agora”.
Isso também deveria nos fazer
pensar sobre outras pessoas, de forma que lhes disséssemos:
“Amigo, você não está pronto
para se encontrar com Deus. O desastre poderia tê-lo fulminado hoje, ou sua
vida poderia ter sido arrebatada ontem. Sua vida é apenas um vapor.
Arrependa-se! Arrependa-se!
Arrependa-se enquanto há tempo. Creia no Senhor Jesus Cristo.
Abandone seus pecados.
Destrua seus ídolos. Clame para que ele o salve dessa geração perversa”. Sim,
lamente a morte das vítimas, até mesmo honre sua memória num nível humano, mas
não faça deles santos e heróis se eram pecadores e transgressores. Antes,
esteja ciente de que “se não se arrependerem, todos vocês também perecerão”.
Os réprobos não reagem dessa
forma; os desastres os tornam mais obstinados. Eles afirmam entre si que as
vítimas eram inocentes e honradas, e que não mereciam o que lhes aconteceu.
Eles consideram impossível
que Deus julgue dessa forma, ou que ele as julgue assim. E se esses desastres
vierem mesmo de Deus, então ele deve ser denunciado e amaldiçoado como uma
deidade injusta e indigna.
Que não haja nenhum
mal-entendido: a perspectiva bíblica não nos impede de oferecer assistência
prática aos sobreviventes. Isto é, mesmo que tenham sido os objetos do juízo divino,
a Escritura nos ensina a demonstrar benevolência mesmo para os nossos inimigos.
Puni-los por seus pecados é
prerrogativa de Deus, na extensão e no momento em que ele escolher. Nosso dever
é obedecer aos preceitos bíblicos relevantes sobre como tratar as pessoas. E,
certamente, é ainda mais importante pregar-lhes o evangelho, e dizer que
somente
Jesus Cristo pode livrá-los
da ira ainda maior que está por vir. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
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Quem nega a possibilidade de
que esses desastres surjam como juízo divino contra os ímpios faz isso baseado
em várias crenças e suposições que subvertem o entendimento apropriado da dogmática
bíblica. Alguns deles parecem inferir que as pessoas são intrinsecamente boas e
decentes, e não mereciam a morte horrenda que sofreram. Por isso, algumas
pessoas falam
como se Deus não as julgasse
simplesmente por serem americanas. Também os israelitas caíram numa ilusão
similar.
Em todo o caso, se o cidadão
comum é inocente e não merece o julgamento rígido de Deus, o evangelho é
desnecessário para a maioria das pessoas. Mas a Escritura ensina que todos pecaram
contra Deus e transgrediram suas leis, de forma que todos merecem a morte e a destruição.
Uma vez que afirmamos isso, não há razão para nos chocarmos quando Deus derrama
sua ira sobre um grupo de pessoas, mesmo que mate milhares delas
repentinamente. Ao contrário, isso deveria ser esperado.
Quem rejeita a possibilidade
de que os desastres naturais e “realizados pelo homem” possam vir como juízo
divino contra as vítimas não somente contradiz a doutrina bíblica da depravação
humana, mas também representa Deus como alguém que não julgaria e puniria dessa
forma. Às vezes, até mesmo cristãos professos são abalados pelos
acontecimentos, e se perguntam o porquê de Deus “permitir” essas coisas. Mas
isso mostra que eles nunca levaram a sério seriamente os relatos históricos da
Bíblia a respeito ao grande Dilúvio no tempo de Noé, a destruição de Sodoma e
Gomorra, e as pragas do Egito.
Deus sempre julgou os
pecadores por meio de desastres naturais e dos “realizados pelo homem”, matando
milhares deles num momento. Isso é totalmente coerente com sua natureza santa e
justa. Não há problema nisso, a não ser o fato de que muitas pessoas não querem
crer na verdade sobre Deus e sobre si mesmas. Ao negar que Deus é o Deus de
desastres,
transmitem às as pessoas a
mensagem de que ele pode ser ignorado e até mesmo zombado com impunidade.
Apesar disso, o universo não
é uma democracia, e não se pode democratizar ou “americanizar” o Reino do céu.
Você não tem direitos que obriguem Deus a tratá-lo de certa forma. Para Deus
não há liberdade de religião, nem de expressão e nem liberdade de pensamento –
caso você creia, diga ou até mesmo pense da forma errada, Deus levará isso em
conta e o castigará por isso,
a menos que você tenha sido salvo de sua ira por Jesus Cristo.
Talvez você diga: “Isso faz
de Deus um tirano”. Será Deus injusto, a menos que ele se conforme à sua teoria
política? Essa própria objeção evidencia a depravação humana, e demonstra que
os homens merecem os castigos divinos mais severos. E quem disse que Deus
não pode ser um “tirano”? A
etimologia desse vocábulo não carrega as conotações negativas que lhe são
freqüentemente associadas; ele significa simplesmente “um governante absoluto, não
limitado por leis ou constituição”
(Merriam-Webster). Nenhum pecador merece tanto
poder, mas o verdadeiro Deus
não pode ter menos que isso.
Alguns cristãos professos
resistem à doutrina bíblica da soberania divina com essa objeção — ela faz de
Deus um tirano. A implicação é: ou eles rejeitam Deus como “governante absoluto”,
ou alegam que um Deus que usa seu poder absoluto da forma que desagrada esses
cristãos, abusa do poder. De
qualquer forma, sua reação os torna rebeles contra o Altíssimo, em vez de
filhos submissos. O problema mais urgente, portanto, não é Deus ser
corretamente Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
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designado tirano, mas se
essas pessoas são cristãs de fato. Se eles são cristãos verdadeiros, momentaneamente
confusos, então que se corrijam imediatamente.
A verdade é que Deus não
apenas “permite” os desastres, como se algo na criação tivesse poder para
iniciar mudanças e movimentos próprios. Porém, segundo o nosso texto, assim como
os pecadores “planejam maldades” e “tramam o mal em sua cama”, também Deus declara:
“Estou planejando contra essa gente uma desgraça”. Da mesma forma que os pecadores
planejam e realizam o mal ativamente (e não de forma passiva), Deus de modo ativo
planeja e causa desastres contra eles. Não somente ele planeja e causa
desastres para afligir os pecadores, mas também deseja que as pessoas saibam
que ele é o realizador de todas essas tragédias, e por isso envia seus profetas
para anunciar o juízo. Quem nega que Deus planeja e causa desastres contras as pessoas,
incluindo as mortas recentemente em catástrofes naturais e nas “realizadas pelo
homem”, obscurece os ensinos bíblicos sobre Deus, o homem, o pecado, a
providência, o juízo e o arrependimento. Aceitar esse conceito, portanto,
equivale a um golpe mortal no entendimento apropriado e coerente da dogmática
bíblica. Isso embainha a espada do Espírito, e diminui o poder e a urgência na
pregação do evangelho.
Além de comprometer a
dogmática bíblica, e pelo fato de realmente afetá-la, essa perspectiva que nega
a possibilidade de Deus julgar os homens dessa forma – por meio de desastres naturais
e dos “realizados pelo homem” – também ameaça a eficácia da apologética
bíblica.
Fala-se como se Deus não
possuísse ou não exercesse controle constante sobre a própria criação. A natureza
não é autônoma? Como seria? Qual sua fonte de poder? Ou, afirma-se que os
desastres naturais acontecem porque nossos pecados corromperam a natureza.
Mesmo que essa seja uma verdade, em certo sentido, ela não responde a pergunta.
Não podemos fazer
nem mesmo um cabelo tornar-se
branco ou preto, e mesmo assim nossos pecados causam terremotos?
Pelo contrário, o ensino
bíblico dá uma explicação clara, correta e coerente, e convoca, de forma
convincente, à fé e ao arrependimento. É Deus quem ininterruptamente sustenta e
controla toda a criação, quer a natureza, quer os animais, sejam os homens ou
sejam os anjos.
Nossos pecados têm, de fato,
corrompido a natureza, mas isso acontece somente porque Deus decidiu que essas
mudanças na criação aconteceriam em correspondência aos nossos pecados.
Ele é quem sustenta e reforça
essa relação.
Com toda a certeza, Deus
decretou nossos pecados, mas agora estamos considerando a relação entre nossos
pecados e a natureza. Deus disse a Adão: “Visto que você deu ouvidos à sua
mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse,
maldita é a
terra por sua causa; com
sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará
espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo”
(Gênesis 3:17-18). Adão não amaldiçoou a terra, pois ele não poderia produzir
espinhos e ervas
daninhas, mesmo que tentasse.
Contudo, o pecado de Adão afetou a terra, não por haver uma relação necessária
ou inerente entre os dois, mas porque Deus estabeleceu essa relação em sua
mente, e então amaldiçoou a terra, após o pecado de Adão. O pecado é punido
porque Deus deseja puni-lo, mas o pecado não possui onipotência – ele não pode
controlar a
natureza, muito menos pode
criar o inferno e enviar a si mesmo para lá.
A perspectiva bíblica é
coerente e convincente. Ela confessa com ousadia que Deus é quem faz todas as
coisas. Assim, quando somos inquiridos: “Onde estava Deus quando isso Monergismo.com –
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aconteceu?” (é uma vergonha
que mesmo cristãos professos façam essa pergunta, não raro com profundo
ressentimento), nunca deveríamos responder: “Deus apenas permitiu” ou “Deus não
poderia impedir”. Antes, sem embaraço diremos que Deus planejou esse acontecimento
desde o começo, e quando ele aconteceu, Deus estava certo ao causá-lo, realizando
toda a sua vontade mediante suas boas razões e propósitos. Onde estava Deus quando
isso aconteceu? Ele estava ali, realizando esse acontecimento, para a glória do
seu nome e para o bem dos eleitos. E se ele não estivesse ali, isso nunca
poderia ter acontecido.
Essa resposta bíblica sem
dúvida provocará raiva e confusão, mas a diferença é sua veracidade: é bíblica
e defensável. Poderemos, então, continuar e expor aos nossos ouvintes a soberania
de Deus, a depravação do homem, e a salvação por Cristo. Os eleitos serão quebrantados
e se voltarão para Deus com fé e reverência. Os réprobos serão endurecidos e
amaldiçoarão esse Deus que
exige obediência e pune a impiedade. Dessa forma, as palavras e os atos divinos
separam a humanidade em dois grupos. Aqueles a quem Deus escolheu o aceitarão
como ele é, e o adorarão por sua soberania e justiça. Os outros preferirão o
Deus da sua imaginação, e serão condenados por isso.
Se você conhece um
não-cristão que morreu num dos grandes desastres dos anos recentes – alguém que
foi morto pela guerra, pelo terrorismo, por uma enchente, ou por um incêndio – não
lamente pela forma como ele morreu, mas por seu sofrimento atual. Essa pessoa
pode ser seu pai ou sua mãe, seu irmão ou sua irmã, seu filho ou sua filha, sua
esposa, ou um amigo.
Nesse exato momento, no
inferno, o não-cristão está gritando em agonia extrema, torturado por uma dor
sobrenatural. Enquanto amaldiçoa a Deus, ele ri dele. Ele implora para que Deus
o liberte, mas ele aumenta seu sofrimento. Ele grita seu nome, mas você não
pode ouvi-lo nem ajudá-lo. Ele relembra os tempos quando vocês dois
ridicularizavam os cristãos e
zombavam do Deus deles. Pensa
sobre o tempo quando um cristão o desconcertou num debate, mas ele endurece o
coração.
Lembra-se de como foi
encorajado em sua incredulidade ao ler certo romance que registrava a história
cristã como apenas uma grande conspiração. Agora ele percebe que a totalidade desse
livro eram velhas teorias refutadas há muito tempo. Um dos recém-chegados ao
inferno
lhe diz que fizeram até mesmo
um filme sobre o romance. O diabo ouve por acaso e ri: “As pessoas poderiam ser
mais ingênuas? Vocês afirmam ser tão racionais e entendidos, tão avançados... E
vocês foram enganados por um romance? Bem, vocês encontrarão seu autor em
breve. Aí poderão pegar um autógrafo!”.
Não importa como o
não-cristão morreu, ou que tipo de pessoa você pensa que ele era, se morreu
incrédulo está agora no inferno – queimando, queimando, queimando! Combine
todas as angústias mentais que você já sofreu e toda a agonia física já
suportadas, multiplique sua intensidade um milhão de vezes, e estenda sua duração
por toda a eternidade, e você terá uma idéia vaga do que ele passa neste exato
momento. Mas nossa imaginação nos impede, pois tudo o que podemos imaginar é
muito fraco quando comparado ao que Deus está fazendo ao seu amigo ou parente.
Assim, eu me contenho, para que minha descrição não faça o inferno
soar muito agradável. Deus
nunca faz um serviço pela metade – o que promete, ele cumpre, e quando castiga,
ele vai até o fim.
Você pode pensar que sou um
homem rude e insensível por dizer tudo isso.
Talvez seu amado também
considerasse o evangelho e quem o pregasse a ele rude e insensível. Mas agora
ele está no inferno, e é tarde demais. Ele está perdido para sempre. Mas ainda
há esperança para você. Você ainda pode ser salvo, hoje, se Deus lhe der a
graça para dizer: Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
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“Deus, tem misericórdia de
mim, pecador”. Corra para Jesus Cristo agora. Clame: “Senhor, salva-me”. Ele
concederá luz para a sua mente débil, e vida para a sua alma miserável.
Finalmente, o que dizer sobre
os cristãos que morrem? Certamente algumas pessoas dentre as milhares que
pereceram eram crentes. Deus as julgou também? Não podemos afirmar além do que
a Bíblia revela, mas podemos ser tão específicos como os princípios gerais
revelados na Escritura nos permitir. É possível que alguns cristãos tenham sido
incluídos como um ato
final de disciplina paternal
para com eles, de forma que, embora tenham morrido com o mundo, não foram
condenados com o mundo. Ou, talvez alguns deles foram incluídos porque Deus
usaria a morte deles para inspirar fé, reverência e santidade em outros, e ao
mesmo tempo endurecer aqueles que Deus queria endurecer. Essas são apenas
algumas das possíveis
razões que podemos deduzir a
partir da Escritura, das quais poderíamos derivar muito mais. Mas seria
perigoso especular sobre a razão de Deus escolher um crente específico para morrer
de tal maneira.
O que sabemos com toda a
certeza é que esses cristãos não estão se queixando agora. Eles não estão
gritando em agonia ou amaldiçoando a Deus pela forma que seu corpo pereceu.
Eles estão descansando na
presença de Deus, agradecidos, adorando e até mesmo pulando de incêndios.
Se o seu amado morreu como
cristão, então saiba que ele recebeu conforto e recompensa abundantes por seu
labor e sofrimento. E não há outro lugar onde ele desejaria estar, senão onde
está agora. Não há necessidade de preocupar-se com ele, ou de chorar sobre como
ele morreu. Pela graça de Deus, ele conseguiu, chegou lá. Agora é tempo de
pensar sobre a
condição da sua alma. Você
tem a fé que ele tinha? Você se arrependeu de seus pecados e creu em Jesus
Cristo para sua salvação, assim como o seu amado tinha feito? Em caso afirmativo,
você o verá novamente, e que reunião será essa! Mas se você não se arrepender e
não crer, então um dia Deus tirará sua vida e o lançará no lago de fogo. E você
será contado
com os assassinos, os
adúlteros, os homossexuais, os caluniadores, os praticantes de feitiçaria, os
amantes do dinheiro e do prazer, e todos os idólatras e incrédulos.
Vincent Cheung
Copyright © 2006 de Vincent Cheung. Todos os direitos reservados.
Publicado por Reformation Ministries International
PO Box 15662, Boston, MA 02215, USA
Tradução de Felipe Sabino de Araújo Neto
Revisão de Rogério Portella
Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional (NVI), © 2001,
publicada pela Editora Vida, salvo indicação em contrário. Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9)
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