1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12.1-2
Paulo, havendo levado a bom termo sua exposição da doutrina da justificação pela Fé, agora chega a aplicação prática. É certo que o apóstolo sempre trouxe aplicação da doutrina, mas os últimos cinco capítulos a aplicação prática é mais dominante. Ele vem falando no capítulo 1 – 11 sobre a situação do homem em pecado (Rm 3.23), sobre a justificação de Deus (cap 4 – 5), a liberdade do pecado (cap 6 – 7), a garantia de perdão, o Espírito Santo e a certeza do amor de Deus (cap 8) e a incredulidade de Israel (Cap 9 – 11). E nos capítulos 12.1 -15.13, temos exortações: A justificação pela fé aplicada à nossa vida. Diante tudo isso, em 12.1-2, podemos destacar duas atitudes de gratidão a Deus. A primeira delas:
Oferecer o nosso corpo como sacrifício a Deus (v.1)
Rogo-vos, pois (v.1b) – “Pois” ou “portanto”. Paulo exorta com base no que ele disse antes. O que ele disse antes? Sobre a salvação de Deus. Paulo tinha exortado quanto o plano de Deus para salvação (1 – 11), e ele deixa claro que não é pela obra, mas pela graça de Deus, pois todos pecaram (Rm 3.23). Deus nos justificou. Assim sendo, oferecer o nosso corpo a Deus é uma atitude que Deus requer de nós. E Paulo roga (exorta) “pelas misericórdias de Deus”. Não vamos nunca saber como servir a Deus, se não refletirmos sobre as suas misericórdias, que como disse Jeremias “renovam-se cada manhã” (Lm 2.23).
Apresenteis o vosso corpo (v.1a) – Temos que parar de viver para nós mesmos e viver para Deus. Nos oferecer a Ele para a obra. Apalavra “corpo” se refere à personalidade por inteiro (cf Rm 6.11-14). Tudo o que somos. Apresentar o nosso corpo é dispor a nossa vida, toda, ao Senhor; como disse Isaías diante da grandeza de Deus: “... eis-me aqui, envia-me a mim.”(Is 6.8).
Como sacrifício vivo (v.1b) – Ou “oferta viva”. Não basta só nos colocar à serviço da igreja, é preciso nos ofertar a Deus, entregar nossa vida a Ele. Características desse sacrifício: Vivo: É o contraste com os animais sacrificados no culto judaico. Em Cristo, o nosso sacrifício não é mais de animais mortos, mas sim de nossa vida. Não resta nenhum sacrifício expiatório para oferecer. Santo - “Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.”(Rm 6.19). Um sacrifício a Deus só é aceito se for previamente santificado. Agradável a Deus (ou aceitável), nos lembra de que esse sacrifício deve ser feito conforme a vontade de Deus. E como que ele quer que o adoremos? “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.”(Sl 51.17). E tudo isso é o nosso: “Culto racional”(v.1c) – Cultuar é uma consagração de coração, mente, vontade, palavras e atos a Deus. Tudo o que se faz é para Deus. E Paulo diz que esse culto é racional. O que quer dizer? O culto que oferecemos é apropriado, não é culto falso. E qual é o culto aceitável: “Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.”(Jo 4.23).
Atitudes de gratidão a Deus - Diante da graça da salvação devemos: Oferecer o nosso corpo como sacrifício a Deus (v.1) – O “corpo” se refere a personalidade por inteiro (cf Rm 6.11-14). Tudo o que somos. E não somente apresentar à igreja, mas como sacrifício a Deus. E esse sacrifício é Vivo, Santo, e Agrada a Deus.
Lições:
1 – Reflita sobre as misericórdias de Deus. Você não as merece!
2 – Deus não se agrada de qualquer culto.
3 – Entregue sua vida para a obra do Senhor.
Outra atitude que devemos apresentar, diante da graça da salvação é:
Remodelar a nossa vida à vontade Deus (v.2)
Não vos conformeis com este século (v.2a) – Século “Mundo”, ou era presente. O que seria? As modas passageiras de cada época: “Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.”(1 Jo 2.17). São as paixões desta vida. Devemos nos despir do velho homem: “vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano”(Ef 4.24). O velho homem vive para o mundo, e este mundo: “… jaz no Maligno.”(1Jo 5.19). Ele faz a vontade do diabo, o pai da mentira (Jo 8.44). A exortação de Paulo é para não nos “conformar” (concordar, acomodar). Às vezes não praticamos o que o mundo faz, mas nos acomodamos (adaptamos) com o que está acontecendo no mundo. Dizemos: “É assim mesmo, fazer o que?”- Mas não é essa a vontade de Deus. Somos a luz do mundo (Mt 5.14), e não devemos deixar as trevas prevalecer!
Mas transformai-vos (v.2b) – Ou “mudai-vos de forma”. Não espere que o mundo mude, você é que deve mudar. O verbo (grego) está na voz passiva: “prossigam se transformando”. Transformação é obra do Espírito Santo. Equivale à santificação progressiva: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.”(2Co 3.18). É interessante que em Romanos 12.2 o verbo também está no imperativo. Os crentes não são completamente passivos. Suas responsabilidades não são tiradas. Somos cooperadores com o Espírito Santo: “… desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor;”(Fp 2.12). Como? Pela “… renovação da vossa mente”(v.2b) – Não só do órgão que pensa e raciocina, mas da disposição interior, do coração, do interior. É a disposição mental que o homem ímpio está entregue: “E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Rm 1.28).
O propósito da transformação contínua (v.2c) – Para que “experimenteis (proveis) qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” – Somente através renovação santificadora o crente pode “experimentar” (grego: Provar,descobrir, discernir) qual a vontade de Deus. Devemos viver inteiramente para fazer a vontade de Deus. O conhecimento da vontade de Deus equivale a sabedoria. E aquele que adquire sabedoria é feliz (cf Pv 3.13). O que Deus quer que façamos? Ele quer façamos o que é bom, agradável e perfeito. Fazer a vontade de Deus é obedecê-lo. Deus disse à Israel: “Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR requer de ti? Não é que temas o SENHOR, teu Deus, e andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma,” (Dt 10.12). O crente, assim como Cristo, deve desejar sempre fazer a vontade Deus: “… A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.”(Jo 4.34).
Atitudes de gratidão a Deus - Diante da graça da salvação devemos: Remodelar a nossa vida à vontade Deus (v.2) -Não vos conformeis com este século (v.2a) – Século “Mundo”, ou era presente. O mundanismo não pode fazer parte de nossa vida com Cristo. Mas transformai-vos (v.2b) – Ou “mudai-vos de forma”. Não espere que o mundo mude você é que deve mudar. A santificação é progressiva e temos parte nela. O Espírito santifica, mas devemos viver em harmonia com ele: “… andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne.”(Gl 5.16). Se quisermos conhecer a boa e perfeita vontade de Deus, precisamos mudar nossa vida.
Lições:
1 – Cuidado para que o seu trabalho, seus estudos, seus amigos não te desviem de Deus.
2 – Não se conforme com esse mundo em pecado, faça a diferença.
3 – Procure conhecer a vontade de Deus para a sua vida.
Atitudes de gratidão a Deus - Devemos demonstrar atitudes de gratidão a Deus e não somente palavras! O apóstolo Paulo descreve, de forma maravilhosa, como devemos demonstrar essa gratidão: Oferecer o nosso corpo como sacrifício a Deus (v.1) – Um entrega verdadeira a Deus. Somos sacrifícios vivos. Você e sua casa deve se consagrar a Deus. Devemos:Remodelar a nossa vida à vontade Deus (v.2) - Não vos conformeis com este século (v.2a) – Século “Mundo”, ou era presente. Precisamos de uma vida constante de santificação! Que tenhamos estas atitudes de gratidão a Deus. Você é grato pelo o que Deus fez em sua vida? Então demonstre isso se oferecendo como culto à ele e santificando sua vida para realizar a Sua vontade!
Por Rev. Ronaldo P. Mendes
Por Rev. Ronaldo P. Mendes
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