Jeremias 6.1-15
E curam superficialmente a ferida da filha do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.
(Jr 6.14)
Ao longo da História têm aparecido homens que se tornaram famosos por buscar a paz a qualquer preço.
Talvez o maior exemplo de tal figura no Século XX seja o Primeiro Ministro Britânico Neville Chamberlain que em 1938 proclamou haver alcançado “a paz no seu tempo” com Adolf Hitler, mesmo quando Hitler estava preparado para desencadear sua blitzkrieg¹ na Europa.
A aversão de Neville Chamberlain à hostilidade era tão grande que Hitler julgava Neville Chamberlain como um tolo.
O conflito é algo que a maioria das pessoas tenta evitar, mesmo quando a oportunidade é apresentada.
A paz é tão desejada que mesmo diferenças significativas entre indivíduos e entre grupos muitas vezes são ignoradas, e a unidade é buscada sob o menor denominador comum.
Quando a paz é buscada sob estes auspícios, pode ser fácil ignorar completamente a importância da verdade.
Os herdeiros do Liberalismo Moderno Cristão do Século XIX revelam tais tendências. Na ânsia de viver pacificamente com outros cristãos protestantes e até mesmo com membros de religiões não cristãs os liberais tem a tendência de redefinir o Cristianismo como “ a paternidade universal de Deus e a irmandade Universal dos homens ”, ou alguma outra definição inócua.
Ironicamente, os liberais tendem a tolerar todo tipo de sistema de crenças a não ser que seja para representar a fé bíblica e ortodoxa.
Nós não podemos, todavia, julgar, principalmente o Protestantismo, sem reconhecer que estes problemas estão crescentemente em evidência dentro do evangelicalismo.
Mesmo que muitas denominações diferentes nasceram da Reforma Protestante, tradicionalmente os evangélicos têm confessado a inerrância das Escrituras e a doutrina da justificação pela fé somente, sejam eles Luteranos, Batistas, Anglicanos, Presbiterianos, e assim por diante.
Hoje em dia, infelizmente, o desejo pela unidade, significa que as doutrinas essências do cristianismo são sempre reduzidas à fim de que os Protestantes, os Católicos Romanos e os Ortodoxos Orientais possam todos serem amigáveis uns com os outros.
Professar a fé evangélica não significa mais que, necessariamente, se acredite que a justificação pela fé somente é uma doutrina essencial – mesmo que sem a doutrina essencial da justificação pela fé somente não haja Evangelho (Gl 1.6-9; Gl 2.15-16).
Se a unidade cristã quer dizer alguma coisa, é que a unidade cristã deve ser uma unidade de fé baseada na verdade. O sacrifício da convicção doutrinária pela “paz” é a não convicção doutrinária.
Frequentemente os cristãos tem se dividido sobre assuntos que não são essenciais ao cristianismo ortodoxo e acusado uns aos outros de heresias.
Tais ações têm criado uma aversão pela teologia na mente de muitas pessoas, justamente agora que existe uma forte tendência de amenizar quaisquer diferenças essenciais dentro da Igreja visível por causa de todo o vitriol² mostrado ao longo dos pontos menos importantes da doutrina cristã.
Vamos ser apaixonados pela verdade, mas não nos deixemos dividir à menos que a Ortodoxia Cristã esteja em jogo.
Passagens para mais Estudo: Jó 34.12, Jr 5.1-3, Rm 14, 2 Tm 2.8.
Fonte: www.ligonier.org
Autor: R. C. Sproul
Tradutor: Thiago Mancini
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