domingo, 29 de dezembro de 2013

ESTUDO DO LIVRO DO PROFETA OBADIAS


O livro de Obadias é o quarto dos profetas menores, e contém apenas um capítulo em que prediz a destruição de Edom (9), dando como causa a mortandade e o agravo feito a seu irmão Jacó (11). É o livro mais curto do Antigo Testamento.

AUTOR
É atribuído ao profeta Obadias, seu nome significa “servo ou adorador do Senhor”. É um nome bíblico comum, atribuído a mais de uma dezena de personagens no Antigo Testamento. Obadias é contemporâneo do profeta Jeremias. A profecia dele é a mesma de Jeremias 49.7-22

DATA
O período que o livro foi escrito não pode ser determinado com certeza. Apesar de que alguns eruditos conservadores atribuem a profecia algum tempo antes da queda de Jerusalém (586 a.C.), a destruição da cidade, apresentada nos versículos 11 a 14, mais apropriadamente cabe dentro da destruição ordenada por Nabucodonosor, da qual sabemos que os edomitas participaram (Sl 137.7; Lm 4.21).

O oráculo de Obadias foi datado de diversos períodos que variam entre 850 e 400 a.C. A data pode ser determinada pela suposição de que os versículos 11-14 se referem a um período específico na história da interação israelita com a nação de Edom. Os dois acontecimentos mais prováveis são:
1 – O ataque a Jerusalém pelos filisteus e árabes, por volta de 844 a.C., durante e reinado de Jorão (2Cr 21.16-17);
2 – A destruição de Jerusalém pelos babilônios em 587 a.C. (2Rs 25.1-12). Situar Obadias após a queda de Jerusalém parece ser a opção mais favorável, já que a conquista total da cidade descrita no versículo 11 é mais bem explicada pela invasão de Nabucodonosor com o cerco e a pilhagem da capital de Judá. Nesse caso Obadias então seria da época de Jeremias.

A correspondência existente entre Obadias 1-9 e Jeremias 49.7-22 levou muitos a cogitar algum tipo de interdependência entre esses profetas, mas é possível que ambos tenham usado uma fonte comum que hoje desconhecemos.

EDOM
A luta entre Israel e Edom (Esaú) datava do início do seu nascimento; “Os filhos lutavam no ventre dela”, (Gn 25.22). Esaú, depois de vender a Jacó o seu direito de primogenitura, desprezava não somente esse direito, mas houve grande inimizade entre os dois irmãos. Jacó teve de fugir para salvar sua vida. Deus mandara que Israel não aborrecesse seu irmão, Edom (Dt 23.7). Mas quando Nabucodonosor conquistou Jerusalém, os edomitas participaram cruelmente, no despojo e massacre (11). Assim seu cálice de iniquidade transbordava e Deus, por intermédio de Obadias, sentenciou a nação a ser exterminada. Depois da restauração de Israel, Ciro massacrou milhares deles. Foram esmagados pelos judeus nos tempos dos Macabeus. Herodes, era edomita (idumeu). Depós da destruição de Jerusalém em 70 a.C., os idumeus desapareceram da história do mundo.

CONTEXTO
Edom, a nação que descendia de Esaú, sempre se mostrou antagônica para com Israel, a despeito de serem irmãos. Muitos profetas receberam a incumbência de entregar mensagens de condenação contra Edom (Amós, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Malaquias), que frequentemente chamavam a atenção para a atitude de autossuficiência e orgulho de Edom, como raiz de seu pecado.

A nação de Edom situava-se nos planaltos e desfiladeiros de arenito na extremidade sudeste do mar Morto, desde o riacho de Zerede até o norte do golfo de Ácaba ao sul. Havia forte organização tribal em Edom desde os tempos patriarcais (Gn 36.1-30). Os edomitas passaram para a forma de governo monárquico antes que Israel saísse do Egito. Quando o povo de Jacó em peregrinação para Canaã pediu que lhe fosse concedido o direito de atravessar as terras de Edom, eles negaram e os ameaçaram com uma demonstração de força (Nm 20.14-21; 21.4).

Depois desse episódio, Edom e Israel coexistiram pacificamente até o reinado de Saul e Davi (1Sm 14.47; 2Sm 8.13,14). Judá controlou Edom durante o reinado de Jorão (853-841 a.C.), quando os edomitas se rebelaram e conseguiram sua independência (2Rs 8.20-22). Invasões posteriores a Edom pelos reis judeus Amazias e Uzias (2Rs 17.7; 14.22), foram limitadas e resultaram apenas no controle temporário de parte do território edomita.

Em 597 a.C., o controle do Neguebe foi tirado de Judá pelos babilônios (2Rs 24.8-17) e os edomitas se mudaram para a região. Edom não só auxiliou a Babilônia na pilhagem de Jerusalém em 587, como também ocupou algumas vilas de Judá até o período persa.

PROPÓSITO E MENSAGEM
Obadias, proclamou uma mensagem de três partes às nações (1). Em primeiro lugar condenou orgulho e a crueldade de edomitas para com Judá.

Em segundo lugar, o profeta se dirigiu ao remanescente fiel de Israel e assegurou o triunfo final de Deus e a justiça sobre a perversidade de todas as nações no dia do Senhor (15, 16).

Finalmente, implícito nesta breve profecia e praticamente em toda a literatura profética do Antigo Testamento está o domínio universal do Senhor Deus sobre as nações.

A profecia de Obadias a respeito da retribuição divina contra Edom por auxiliar e se vangloriar do dia da desgraça de Judá serve de advertência a todas as nações, já que elas também correm o risco de receberem a retribuição por suas ações à medida que o dia da ira do Senhor se aproxima (15, 16). Mais importante para Israel, essa afirmação profética da atividade divina na história foi criada para relembrar seu amor pelo povo fundamentado na aliança e, assim, pretendia oferecer uma palavra de incentivo no presente e uma promessa de esperança futura ao remanescente de Jacó diante do desastre recente (Sl 111.2-9; Lm 3.21-28).

LIÇÃO ESPIRITUAL
O especial e providencial cuidado de Deus para com os judeus e a certeza do castigo para com o que os perseguem.

ESBOÇO DE OBADIAS
A sentença de Edom por causa de seu orgulho e de sua maldade contra Jacó, VV. 1-16.
A libertação do povo escolhido e a inclusão de Edom em seu reino futuro, VV. 17-21.

J. DIAS

FONTES:
Novo Dicionário da Bíblia - John Davis – Ed. Hagnos
Panorama do Antigo Testamento – Andrew E. Hill & J. H. Walton – Ed. Vida
Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer – Ed. CPAD
Bíblia Shedd – Ed. Vida Nova
Bíblia de Estudo NVI – Ed. Vida
Bíblia Thompson – Ed. Vida

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