Entenda que Você Pertence Completamente a Deus
Enquanto Edwards estava servindo na igreja Presbiteriana em Nova York, ele experimentou uma renovação solene das promessas que ele fez em seu batismo. Esta dedicação a Deus envolveu cada face do ser de Edwards: “Não consigo desafiar de maneira alguma este entendimento, esta vontade, estes afetos que residem em mim; nem tenho eu qualquer direito a este corpo, ou a qualquer um destes membros: nenhum direito a esta língua, estas mãos, nem estes pés; nenhum direito a estes sentidos, estes olhos, estes ouvidos, este olfato ou o paladar. Entreguei-me por completo… Estive com Deus esta manhã e disse a Ele que me entreguei plenamente a ele.”[7]
Este tempo de dedicação pessoal a Deus teve um profundo impacto sobre Edwards. Por volta do mesmo período, Edwards pregou o sermão sobre a “dedicação a Deus”. Ele dissertou que o “oferecer nós mesmos a Deus” era o “maior de todos os deveres de um cristão”. A razão mais coerciva para a dedicação de Edwards a Deus era que “se você se entrega a Deus, ele também se entregará a você. Você entrega a si mesmo a ele para ser seu servo; ele entregará a si mesmo para você para ser sua porção e alegria perpétua, e portanto, você terá certeza da glória eterna, por causa da infinita origem e fonte de glória eterna que já pertence a você”.[8]
Este entendimento de que ele pertencia plenamente a Deus guarneceu a Edwards com uma firme base para a certeza e a segurança. Em determinado ponto de seu sermão, ele proclamou que aqueles que foram entregues totalmente a Deus “podem [estar] certos de seu amor e favor, certos de sua direção em todos os seus caminhos, certos de que nenhum mal sobrevirá sobre você, certo de que o que quer que sobrevir sobre você é para o seu bem”. Edwards percebeu que a confiança de que Deus em Cristo está operando todas as coisas para pela nossa salvação nos capacita a “repousar e descansar calma e seguramente no meio das tempestades e tormentas, sem temor algum, sabendo que você está nas mãos de Deus onde nada pode lhe machucar.”[9]
Lembre-se de Que a Santidade Vem pela Graça
Com toda sua “violenta” luta pela santidade, Edwards às vezes parecia demonstrar a tentação para ganhar a santidade por obras, ao invés de pela graça. Seu diário estava cheio de lembretes repreensivos de que sua condição espiritual dependia sobre a autonegação ao comer, beber, e dormir; que ele não estava usando adequadamente seu tempo para a glória de Deus; e que ele precisava dedicar ainda mais tempo à oração em particular. Ao concentrar-se nestes exercícios de autonegação, fixando os olhos em seu interior, os sentimentos piedosos de Edwards declinavam e aumentavam.
Em um período de duas semanas no fim de 1722, sua espiritualidade foi de um extremo a outro. Tal registro ocorreu ao longo de seu diário, marcando sua temperatura espiritual. Ao engajar-se nesta espiritualidade introspectiva neste ponto de sua vida, Edwards aparentava reunir sua procura apaixonada pela glória de Deus com a retidão diante de Deus.[10]
Para ser justo, em seus melhores momentos (ou momentos de frustração com sua rigorosa prática espiritual) Edwards reconheceu que sua santificação poderia apenas progredir através da obra do Espírito Santo. Por volta do mesmo tempo, Edwards renovou sua aliança batismal e entregou-se novamente a Deus, e também confessou em seu diário que “Descobri pela experiência que, quer eu faça resoluções, e faça o que eu quero com quaisquer que sejam as invenções, isto tudo não é nada, e é completamente sem propósito, sem as moções do Espírito de Deus.”[11]
Além disso, Edwards mais tarde reconheceu que seu constante autoexame e planejamento para santidade ocorreu “com dependência grande demais de minha própria força; que no final das contas se provou um grande dano para mim”. Conforme Edwards prosseguiu na vida cristã, ele aprendeu duas coisas: “minha extrema debilidade e impotência, em todas as áreas; e as inumeráveis e abismais profundezas de secreta corrupção e engano, que havia em meu coração”. A única solução verdadeira para o pecado remanescente não era a luta por vontade própria, mas “um senso mais pleno e constante da absoluta soberania de Deus, e um deleite nesta soberania… [e] mais de um senso da glória de Cristo, como mediador, conforme revelado no evangelho”. Se Edwards fosse fazer qualquer progresso na vida cristã, era devido somente à obra do Espírito de Deus motivado pela maravilhosa graça de Deus e enraizado no glorioso evangelho de Deus.[12]
[7] Diário, 12 de Janeiro de 1723, Cartas e Escritos Pessoais, Obras, 16:762.
[8] “Dedicação a Deus”, Sermões e Discursos, 1720-23, Obras, 10: 551, 559.
[9] Ibid., 558
[10] Diário, 21 de Dezembro de 1722; 22 de Dezembro de 1722; 24 de Dezembro de 1722; 29 de Dezembro de 1722; 1 Janeiro 1722-23; 2 de Janeiro de 1722-23, todos encontrados em Ibid., 759-60.
[11] Diário, 2 de Janeiro de 1722-23, Ibid., 16:760; Diário, 6 de Março de 1723, Ibid., 767.
[12] “Narrativa Pessoal”, Ibid., 16:795, 803.
Tradução: voltemosaoevangelho.com
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