quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

A renúncia é a chave que abre os cofres de Deus


A renúncia é a chave que abre os cofres de Deus que contêm os seus melhores e mais profundos tesouros.

Bem, acontece que há algo bastante impopular na geração de hoje! Eu posso até ver quem esteja franzindo as sobrancelhas, e com certa indignação dizendo: "Renúncia? Não brinque comigo!" Quem é que é encorajado a renunciar qualquer coisa nes­tes dias de hoje? Se eu mencionasse algumas áreas, eis as respostas que eu ouviria:

Renuncie os seus direitos “Você está brincando? Eu vou é entrar com um processo na justiça!”

Renuncie o seu futuro - “Não dá! Já tomei as minhas decisões.”

Renuncie a sua vontade - “Não eu! Eu não me rendo a ninguém.”

Renuncie os seus sonhos - “Nunca! Depois de tanto que eu trabalhei!”

Renuncie o seu companheiro - “Eu? É a minha vida!”

Renuncie as suas finanças - “O quê? Tenho planos de me aposentar!”

Nós temos criado uma geração de rapazes e moças que são obstinados, briguentos, indepen­dentes. Renúncia é uma palavra que não está no seu vocabulário. É pena, pois a renúncia é a chave que abre os cofres de Deus que contêm os seus me­lhores e mais profundos tesouros. Com paciência ele espera pela nossa rendição, espera que paremos de lutar contra ele, que permitamos que o seu plano tenha o seu curso normal, que nos voltemos para ele e alcancemos a nossa segurança e realização. Quando ele testemunha o nosso agir assim, passa a revelar-nos a si mesmo e também a sua vontade com uma profundidade muito maior.

Ao longo dos anos eu tenho conhecido o Senhor. Renunciar a minha vontade para me ater ao seu ca­minho era muito mais difícil no início. Quando eu era mais jovem, muitas vezes eu disse que queria que o seu plano se concretizasse; mas eu resistia a ele muito mais do que posso me lembrar, especial­mente quando ele incluía retornos e desaponta­mentos. Finalmente, depois de me cansar de correr atrás das conseqüências de minhas próprias esco­lhas, aos poucos fui percebendo que o caminho de Deus era melhor.

Eu concordei com o que entendi ao ler as seguin­tes palavras num livro que aprendi a apreciar. Até hoje não li nada melhor que descreva a luta do dar e tomar dos meus primeiros anos de vida cristã. São palavras de uma coleção de orações e devoções dos puritanos.

Quando Tu queres me guiar, eu é que me controlo.
Quando Tu queres ser soberano, eu é que dirijo a minha vida.
Quando Tu queres tomar conta de mim, eu me basto.
Quando eu deveria depender de tuas provisões, eu me supro.
Quando eu deveria submeter-me à tua providência, eu faço a minha vontade.
Quando eu deveria ponderar, honrar, e confiar em ti, eu me sirvo.
Eu critico e corrijo as tuas leis para se adequarem a mim.
Em vez de a ti eu busco a aprovação dos homens, e eu sou por natureza um idólatra.
Senhor, o que eu mais quero é levar o meu coração de volta para Ti.13

Esta é a confissão honesta de uma vida que ain­da não se rendeu ao Senhor. O que é triste é que, embora estas palavras sejam tão antigas, elas des­crevem a situação de muitos que pertencem à famí­lia de Deus nos dias de hoje.

Extraído do livro Intimidade com o Todo-Poderoso de autoria de Charles R. Swindoll

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