Desejo amargamente que você esteja experimentando todo tipo de sofrimento.
Escrevo-lhe essa missiva para lhe orientar quanto a melhor maneira de fazer com que os filhos do adversário produzam cultos sofriveis e despreziveis. Para isto quero lhe dar 10 dicas:
1) Não permita jamais que as Escituras ganhe destaque naquilo que chamam de culto.
2) Faça-os acreditar que a melhor maneira de atrair a multidão é produzindo cultos lotados de entretenimento.
3) Induza-os ao maniqueismo. Faça com que eles falem mais nas obras do nosso pai das trevas do que daquele que morreu na cruz.
4) Tire-os do foco. Não permita com que preguem o evangelho. Faça-os pregar sobre vitórias, dinheiro e prosperidade.
5) Inspire-os a compor canções antropocêntricas e cheias de distorções teológicas. Isso será fundamental ao fracasso de sua missão.
6) Faça-os acreditar que são maiores do que pensam. Instigue os pastores a se transformarem em apóstolos, paipóstos e patriarcas da fé.
7) Leve-os a desprezar a pregação expositiva. Induza-os a pregar tematicamente mensagens de bençãos, prosperidade e auto-ajuda.
8) Instigue os pastores a abandorarem o estudo das Escrituras e a se aperfeiçoarem na psicologia e psicanálise.
9) Faça-os experimentarem novas experiências místicas, instigando-os a valorizar o que sentem abandonando assim a Palavra do adversário.
10) Destrua a Escola Bíblica Dominical. Leve-os a acreditar que o estudo bíblico não é relevante. Instigue-os a acharem a EBD ultrapassada preferindo dedicar seu tempo a famigerada música gospel.
Espero que cumpra com esmero minhas recomendações.
Termino esta carta, desejando todo tipo de maldade,
Com ódio,
Seu tio diabão.
Nota explicativa:
Há alguns anos, o conhecido autor evangélico C. S. Lewis, professor da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, escreveu uma série de artigos sob o título: "The Screwtape Letters" , ou seja, "Cartas do Inferno" , Edições Vida Nova SP, e os publicou no jornal "Guardian", conhecido órgão da imprensa britânica, lá pelos idos de 1940. Depois, essas cartas foram reunidas em um livro com o mesmo título, que se tornou a obra mais popular desse eminente escritor de temas cristãos. Nessas cartas, o autor imagina uma série de conselhos que Roldão, experiente oficial da hierarquia diabólica, envia a seu sobrinho Lusbim, um diabo neófito que recebeu a incumbência de corromper a fé de um homem que se tornara cristão. Visto que, daquela época para cá, tem-se multiplicado as artimanhas satânicas, é lícito imaginar mais alguns terríveis conselhos enviados pelo sinistro oficial ao seu infernal emissário, em plena ação diabólica para desviar os fiéis do caminho estreito. Usando os mesmos personagens, apenas mudamos os nomes, e tomando emprestado o gênero literário do autor mencionado, aqui apresentamos aos amados leitores uma nova carta imaginária, vinda dos abismos infernais.
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