O Fruto do Espírito é Amor a Deus e aos Outros
A espiritualidade de Edwards focava no amor a Deus e aos outros como a suprema marca da vida cristã. Enquanto servia como pregador temporário em Nova York, Edwards tentou pôr o seu amor a Deus em palavras. Em um sermão, Edwards tentou persuadir a sua congregação a entregar-se a si mesma a Cristo. A suprema motivação para fazê-lo era a “amabilidade” do próprio Cristo. Diferentemente de amores humanos que podem ser fundidos com motivos impuros ou objetos defeituosos, “o amor a Cristo é o amor àquele que está verdadeiramente acima de todas as coisas excelentes e amáveis e, portanto, os prazeres que resultam desse amor hão de ser sólidos, reais, substanciais e nunca desvanecerão”. Somente através do ato de entregar-se a si mesmo em amor a Jesus Cristo alguém experimentaria essa união que é “mais íntima do que aquela entre quaisquer outros amantes”.[13]
Consideravelmente, à luz dos pecados com os quais Edwards lutava, o amor a Deus se manifestaria em qualidades de caráter para com outros, tais como humildade e gentileza. Edwards certamente almejava a humildade para suplantar o seu orgulho, e ele falava acerca daquela virtude em termos paralelos à sua discussão acerca do amor. “Quão imensamente mais prazeroso é um deleite humilde do que pensamentos elevados acerca de mim mesmo!”, Edwards exclamou em seu diário. “Oh, quão mais prazerosa é a humildade do que o orgulho! Oh, que Deus me encha de grande e excessiva humildade, e que Ele sempre me proteja de todo orgulho! Os prazeres da humildade são de fato os mais refinados, íntimos e raros deleites que há no mundo.” Semelhantemente, Edwards estimava a gentileza como um traço de caráter que outros haveriam de notar. Ele lamentava em seu diário que “uma virtude, da qual eu necessito em um mais alto grau, para conferir beleza e brilho ao meu comportamento, é a gentileza. Se eu tivesse mais desse ar de gentileza, eu não necessitaria de tantos remendos”. [14]
Edwards nunca se desviou dessa abordagem básica da formação espiritual que ele desenvolvera em seus anos de preparação ministerial. Aqueles que estão procurando servir como pastores na Igreja de Cristo podem aprender importantes lições de Jonathan Edwards, pois ele era apenas como um de nós. Que Deus faça com que as batidas de nosso coração sejam mais como as do seu: que possamos nos tornar aqueles que buscam a presença de Deus ofertando a nós mesmos a Ele de todo o coração, a partir de um amor fervoroso a Deus e aos outros, cuja evidência será humilde dependência da graça soberana de Deus e um espírito bondoso para com o povo de Deus.
[13] “Fragment: Application on Love to Christ,” in Sermons and Discourses, 1720-1723, Works, 10:612-13, 615, 617.
[14] Diary, 2 March 1723, Letters and Personal Writings, Works, 16:767; Diary, 16 February 1725, Ibid., 787.
[15] Jonathan Edwards, “Charity and Its Fruits,” in The Works of Jonathan Edwards: Vol. 8, Ethical Writings, ed. Paul
Ramsey (New Haven: Yale University Press, 1989), 233, 243, 245-6.
Tradução: voltemosaoevangelho.com
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