E, voltando aquele servo, anunciou estas coisas ao seu senhor. Então o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos. E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda há lugar. Lucas 14:21-22
Acredito que todos nós gostamos de um churrasco. Quem não gosta dessa carne gordurosa e suculenta? Ou da linguiça apimentada, ou aquele pão com alho bem gostoso. De fato, quem não gosta de uma boa festa?
Jesus gostava de uma boa festa. Sem Ele, as bodas de Caná não teriam sido de tal grande sucesso que todo o mundo hoje já ouviu falar dela. Também, dedicou uma grande parte de suas parábolas para falar sobre festas e jantares. Possivelmente, Jesus gosta de uma boa festa, como todos os demais. Nesse sermão, iremos tratar de como aprender com essas festas em que Jesus tanto aproveita como usa delas para o ensino de sua igreja
I. O texto do evangelho de hoje nos apresenta uma parábola que nos narra a história do povo de Deus, tanto do antigo Testamento, Israel, como do Novo testamento, o Novo Israel, também conhecida como a Igreja de Jesus Cristo.
Ele se encontra na casa de uns dos principais fariseus (Lucas 14,1), possivelmente compartilhando um jantar com comida digna de um rei. Jesus percebe que esta é uma oportunidade única para apresentar o evangelho no seu contexto imediato (Lucas 14,15). Deste modo, Jesus usa a situação em que se encontra para instruir e ensinar através desta parábola a história de Israel e o novo Israel espiritual de Deus.
Na ceia que é narrada na parábola, se faz um sinal do futuro banquete do Cordeiro (Apocalipse 19, 1-9). Cada vez que a igreja se congrega para celebrar a Ceia do Senhor, revivemos o perfeito sacrifício de Cristo, feito uma vez e para sempre, para o perdão dos pecados do mundo, anunciamos o Reino de Deus e esperamos a vinda de Cristo para participar do banquete das bodas do Cordeiro. Jesus transcende o presente para unir o passado, presente e futuro por meio do jantar que está acontecendo na casa do fariseu.
II. Vamos tratar da narrativa geral da parábola de Lucas. Na parábola de Lucas 14, o senhor – Deus – convida aos seus amigos, o Seu povo, a participar de um especial banquete – o Reino. Qual seria a surpresa do senhor da parábola quando escuta dos seus servos que seus amigos estão ocupados demais para aceitar o convite.
Se refletimos na história de Israel no Antigo Testamento; então, percebemos as vezes nas quais Israel deu as costas ao Santo Deus para adorar outros ídolos. Isto aconteceu em mais de uma ocasião quando prosperavam economicamente e materialmente. Não em vão, também, tem sido assim hoje em dia. Se olhamos as nações que já foram consideradas cristãs, as quais foram abençoadas por Deus, e caminharam nos decretos de Deus e obedeceram seus Mandamentos, hoje, elas mesmas, infelizmente, tem dado as costas a Deus e, somente se preocupam das suas vidas e quefazeres diários.
III. Qual é a resposta do senhor diante de tal fato? Ele ordena os seus servos a sairem nas ruas e becos da cidade e convidar os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos para participarem do banquete que está organizando. Isto pode ser observado, claramente, no ministério de Jesus na Terra. Enquanto, a maioria dos líderes de Israel perseguiam, criticavam e desejavam a morte Dele, as multidões buscavam ao Senhor, e escutavam atentamente Seus ensinamentos. Jesus veio buscar as ovelhas desgarradas de Israel porque, infelizmente, os filhos de Israel estavam ocupados demais para aceitar o convite que estava sendo feito.
Se nós somos sinceros, hoje segue sendo assim. Muitas vezes os que recebem com alegria de coração e ardentemente o evangelho do Reino não são os poderosos e ricos, mas aqueles que sofrem, estão oprimidos e sem esperança. Não em vão, Jesus declarou que sua missão era, “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos presos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos e para proclamar o ano aceitável do Senhor. E fechando o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e os olhares de todos na sinagoga estavam fixos nele. Então ele começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabais de ouvir” (Lucas 4,17-21).
Mesmo quando o servo convidou os pobres, aleijados, cegos e os coxos, constatamos que ainda tinha espaço para mais convidados no banquete que o senhor estava preparando. Assim, o senhor olha além das ruas e os becos (a cidade de Deus, Jerusalem, imagem postal de Israel), e envia os servos aos caminhos e atalhos (todas as nações da terra), ordenando para todos os que encontrem a entrar até que a casa esteja cheia. Somente deste modo, o número de lugares estará completo. Em outras palavras, os eleitos estão sendo chamados a ocupar seu lugar na Igreja (o novo Israel espiritual) até que seu número esteja completo.
Esta é a história redentora da humanidade. No evangelho de João, também, encontramos tal ensino de forma abreviada, “Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Mas a todos que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes a prerrogativa de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram de linhagem humana, nem do desejo da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1,11-13).
IV. A questão permanece: o que a leitura bíblica de hoje tem a dizer para nós, e qual é o ensino ao qual devemos responder. Encontramos vários ensinos essenciais nessa parábola para cumprir a missão de Deus, os quais temos que obedecer como igreja.
Primeiro, nós representamos os servos neste texto bíblico. Temos recebido uma ordem direita de Deus, que é anunciar as pessoas que entrem no banquete de bodas do Cordeiro, e, assim, entrar no Reino de Deus. Paulo nos mostra a importância da missão de Deus de proclamar o evangelho de Cristo pelo poder do Espírito Santo. Ele faz isso através da pregação nas sinagogas. Somente quando é rejeitado nelas, é que vai as praças e ruas da cidade para proclamar o evangelho para todas as pessoas. Paulo é conhecido, hoje em dia, como o apóstolo dos gentios, porque fez questão de alcançar todos os povos, pessoas e nações com as boas novas do Reino de Deus. Isto ele fez em meio das perseguições e críticas.
Segundo, todos nós, cristãos, ordenados ou leigos, estamos chamados a sair nos caminhos e atalhos, e anunciar a toda criatura o evangelho, sejam pobres, ou ricos, homens ou mulheres, jovens ou idosos, casados ou solteiros, etc. Todos estão chamados ao banquete.
Terceiro, a tentação que as denominações tem hoje, é convidarem aqueles que já formam parte dos convidados. Esta não é a missão que nos foi confiada. Nossas ordens é convidar a todos os que encontramos perdidos pelos caminhos.
Neste ponto, cabe ressaltar o fato de que o termo usado na parábola (‘…e obriga a todos a entrar…’) é “anamgkazo”, o qual significa entre outras coisas: obrigar, seja por ameaça, súplica, força ou persuasão. Isso significa, especificamente, exortar com urgência uma pessoa a vir a Cristo. Embora ninguém deve ser forçado a vir a Cristo, ainda assim, a escolha da palavra “anamgkazo” não deixa dúvidas da intenção especifica dela. Obrigar, neste contexto, deve ser entendido como convidar firmemente e irresistivelmente com uma pressão esmagadora, dirigida a que a pessoa tome uma decisão positiva do convite que está sendo feito.
Não devemos esquecer nunca que as pessoas não vem a Cristo facilmente. Todos os que estão longe da fé tem obstáculos em suas vidas impedindo que o convite feito por Jesus, seja aceito de forma fácil.
Até que não tenhamos a convição que a pregação do evangelho decide o destino das pessoas com que encontramos no nosso caminho não seremos capazes de falar com tal convição e força que se faz necessário no Espírito de Deus. As vezes, o problema é que nem nós temos entendido ainda o significado do evangelho do Reno, e nem temos sido transformados pela realidade de haver sido resgatados do pecado e a morte para a vida eterna e a comunhão com Deus.
E, verdadeiramente, muitos tem desculpas e pretextos para não aceitarem nosso convite de entrada no Reino de Deus. A parábola de hoje nos ensina isso de forma clara e simples. Muitas são as escusas que os servos tem que escutar dos amigos do seu senhor. Fico surpreso com as desculpas e pretextos que, hoje em dia, as pessoas são capazes de inventar para não virem a Jesus. Contudo, a Bíblia, em Romanos, nos ensina que essas pessoas estão sem desculpas, já que elas tem escolhido seguir seus próprios desejos, conselhos ou caminhos.
V. Jesus termina a parábola com estas palavras , “porque vos declaro que nenhuma daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia...”
Irmãos, que Deus nos dê a convição de coração para perceber a urgência da missão nos dia de hoje. Sejamos servos fiéis e obedientes. Não inventemos desculpas para nossa falta de diligencia e fidelidade a Deus, porque se é verdade que podemos convencer uns aos outros da nossa falta de fidelidade e responsabilidade, contudo, não será fácil assim para com Deus. Não seremos capazes de enganar por um instante ao Senhor Jesus Cristo. Ele conhece os segredos ocultos do nosso coração, e os pensamentos mais escondidos; portanto, que nos arrependamos de nossa falta de amor pelos pecadores e estejamos prontos a partir de hoje de obedecer a Deus em cada instante.
Como um ponto de pregação da Igreja Anglicana Reformada do Brasil, nossa função principal é exatamente pregar o evangelho a todas as pessoas que nos encontremos nos caminhos e atalhos. Que Deus nos dê coragem para ser fiéis servos e verdadeiros discípulos do Senhor, Jesus Cristo. Ao único Deus Todo-poderoso, nosso Salvador, seja toda a glória e majestade, domínio e poder, agora e para sempre. Amém.
LEITURA DAS ESCRITURAS ANTES DO SERMÃO
1 Joao 3:13-24, Lucas 14:16-24
ORE PARA QUE O ESPIRITO SANTO USE ESSE SERMÃO PARA TRAZER UM CONHECIMENTO SALFÍVICO DE JESUS CRISTO E PARA EDIFICAÇÃO DA IGREJA
FONTE: http://igrejaanglicana.com.br/
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Projeto Castelo Forte – Divulgando o Evangelho do SENHOR
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