quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O grande desafio da vida cristã: ser aprovado e não apenas usado pelo Espírito Santo!

“Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira, ou com fingimento ou em verdade, nisto me regozijo, e me regozijarei ainda” (Filipenses 1.18).

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Timóteo 2.15).

É interessante observar que o primeiro texto fala sobre pessoas que pregam o evangelho por razões erradas. Tais pregadores não são desprovidos de talentos e dons necessários a pratica do exercício ministerial. À bem da verdade muitas vezes esses gozam de mais notória oratória do que àqueles que desenvolvem com sinceridade sua obra para o reino. Paulo denunciou um tipo de obreiro que prega o evangelho, embora não o façam com a motivação correta. Paulo não diz que tais obreiros não existiriam e nem atribuía a satanás a instrumentalidade deles. Tais homens ainda existem, estão pregando, evangelizando, tirando oferta, etc.

Jesus se referiu a este grupo de obreiros em Mateus 7.22,23: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”.

“É extremamente comum ver pessoas que confundem sua instrumentalidade sobrenatural com a aprovação de Deus. Certamente esse foi um dos sentimentos que Sansão nutriu em seu coração quando era usado por Deus mesmo quebrando sua aliança com Ele e transgredindo seu voto de nazireado. O fato de Deus continuar usando Sansão para grandes feitos, o fez crer que Deus não se importava com sua vida moral totalmente errada e desregrada. Sansão tocou em coisas mortas e ainda assim era capacitado pelo Espírito Santo, bebeu de um vinho não apropriado para um nazireu, e mesmo assim continuou sendo usado por Deus para exterminar os filisteus. Todas essas transgressões não punidas geraram em Sansão um sentimento de autossuficiência, certeza da aprovação divina para seus atos e por isso não se arrependeu e nem suplicou o favor divino para renovar seu voto e restaurar sua aliança.

Semelhantemente tem ocorrido com a igreja cristã desta época. Ela tem rejeitado seus valores fundamentais como igreja cristã e pelo fato de ainda assim está sendo usada e desfrutando de crescimento numérico, fortalecimento financeiro, apoio do meio secular, veio a acreditar que Deus a está aprovando e que as grandes conquistas do presente se constituem num selo de confirmação sobre ela. Lembremo-nos de Balaão, o profeta mercenário que foi usado por Deus para abençoar o povo israelita, mas que nunca foi aprovado pelo Senhor na sua conduta. Ser usado, ser ousado, ter um grande desempenho na sua obra, ter sucesso em seu ministério.

Tudo isso se constitui no alvo que todo ministro quer atingir. Isso não é ruim, aliás, é muito bom. Sansão obteve todas essas dádivas em seu ministério como juiz de Israel. Foi esplendorosamente usado por Deus em suas batalhas, obteve um sucesso nunca antes visto pelos homens, teve um ministério cuja exclusividade o tornou ímpar. Jamais se viu novamente um ministério como o desse gigante. Mas apesar de tantas vitórias incomuns em sua vida e ministério Sansão nunca atinou para um princípio divino de grande importância: ser usado por Deus não quer dizer ser aprovado por Ele! Deus usou Sansão para um propósito que não podia ser frustrado . Os desvios de Sansão o tornaram inapto para ser um homem segundo a vontade de Deus, mas não o tornaram inapto para levar a cabo a obra para a qual Deus o havia chamado.

Do mesmo modo, temos assistido a igreja nestes dias confundindo sua instrumentalidade estupenda com a aprovação de Deus. Nem sempre o fato de Deus usar uma pessoa quer dizer que Ele a aprova. Isso pode ser comprovado por personagens bíblicos: Deus usa a Ciro, um homem pagão, para libertar seu povo do cativeiro, Deus chega a chamar Ciro de seu pastor e alega até mesmo que Ciro é seu ungido, guiado pela própria mão de Deus para libertar seu povo . Sem dúvida alguma Ciro foi usado para cumprir um gigantesco plano de restauração do povo escolhido, mas não há registros de sua conversão ao Senhor. O fato de este homem ter recebido uma decisiva missão de Deus não quer dizer que o Senhor o aprovava nas suas práticas religiosas pagãs e abomináveis. Também nós não podemos incorrer no erro de achar que por sermos muito usados somos muito aprovados. Uma coisa não prova a outra.

Embora o desejo de Deus seja nos aprovar para depois nos usar, nem sempre é possível encontrar pessoas cujas vidas condigam com suas exigências ou perfil do servo aprovado. Mas seus planos não podem ser frustrados nem sua obra impedida, mas todos igualmente darão contas de si mesmos a Deus no Dia da sua vinda. Naquele grande Dia ninguém será absorvido ou condenado pelo nível de instrumentalidade que recebeu, mas pela presença ou ausência de vida no altar de Deus. Jesus afirmou que muitos chegarão diante Dele confiando no grau de intensidade que trabalhou para Ele e não na sua entrega total a graça de Deus. E a estes Ele dirá que não conhece; não como servos. Como amigos ou filhos” .

A instrumentalidade concedida a uma pessoa para desenvolver uma obra para Deus é fruto da mais absoluta Graça de Deus e não resultado de uma íntima vida de comunhão e relação comprometida com Ele. Claro que nós que tememos a Deus e nos importamos com nossa relação com Ele não devemos ser relapsos e nem negligenciar a santidade que Ele exige de nós. O conselho do apostolo Paulo é: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” (2 Timóteo 2.15). Aqui Paulo nos expõe duas grandes características que devem ser buscadas por todos os que querem servir a Deus:

Primeiro se apresentar a Deus aprovado, isto é, apresentar a si mesmo a Deus como alguém que valoriza o que Deus valoriza;

Segundo se apresentar sem ter nada que possa lhe comprometer diante da santidade de Deus. Em outras palavras, sejamos o que Deus quer que sejamos e assim, ao nos apresentarmos a Deus e ao mundo, o inimigo nada terá a dizer contra nós!

Autor: José Rosivaldo

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