domingo, 30 de setembro de 2012


A PREGAÇÃO APOSTÓLICA - Harry L. Poe

           As várias epístolas no NT apre­sentam a coleção de ensinamentos dos apóstolos, mas apenas o livro de Atos registra a pregação deles. Quan­do falavam em público, os apóstolos voltavam sua mensagem para os não convertidos- Eles destacavam o evan­gelho de Jesus Cristo e pregavam a conversão. Os apóstolos reservavam sua instrução doutrinária e ética para a igreja (At 2.42).
Em Atos temos relatos mais lon­gos apenas das pregações de Pedro, Paulo e Estevão, mas elas trazem o conceito de evangelho aceito em ter­mos gerais. A mesma mensagem bá­sica do evangelho aparece nos regis­tros completos das pregações. Onde há apenas um comentário sobre uma pregação, ele costuma destacar um dos elementos essenciais do evan­gelho que havia nas mensagens com­pletas.
Pedro pregou cinco sermões grandes em Atos: do lado de fora da casa onde o Espírito Santo veio sobre a Igreja (2.14-40), no pórtico de Salo­mão (3.11-26), perante as auto­ridades e anciãos do povo (4.8-12), diante do Sinédrio (5.29-32) e diante de Cornélio e seus convidados (10.34-43).
Paulo pronunciou diversos ser­mões em Atos, mas apenas três cons­tam de forma mais substancial: em Antioquia da Pisídia (13.16-41), em Atenas (17.22-31) e perante Agripa (26.2-23). Além desses, porém, temos comentários breves de outras pre­gações: em Damasco (9.20), em Listra (14.15-17), em Tessalônica (17.2-3), em Corinto (18.5) e em Éfeso (19-14;20.21).
Atos igualmente faz referência ao conteúdo da pregação de Estevão (7.1-56), Filipe (8.5,12, 35) e Apolo (18.28). Em outras passagens, Atos menciona apenas que os apóstolos pregavam apalavra. Contudo, por causa da coerência da mensagem nas primeiras passagens, podemos concluir que, quando eles pre­gavam a palavra, estavam proclamando o evangelho de Jesus Cristo.
A mensagem pregada pelos após­tolos tinha em comum vários elementos essenciais:
1)  Eles proclamavam que as Escri­turas haviam se cumprido. Com coe­rência, eles provavam que Jesus era o Cristo, de acordo com as Escrituras e não em contradição com elas. Sua men­sagem de salvação dava continuidade a tudo o que Deus estivera fazendo para salvar as pessoas desde a criação. Eles não estavam apresentando uma nova religião, mas o clímax de tudo o que Deus prometera.
2) O cumprimento veio na pessoa de Jesus, que eles proclamavam como Messias ou Cristo: Filho de Davi e Filho de Deus.
3) A salvação veio pela morte, sepultamento e ressurreição de Jesus, que subiu para a direita de Deus, de onde virá novamente para julgar o mundo.
4) A salvação consiste no perdão dos pecados e na dádiva do Espírito Santo. Quando o pecado é retirado o Espírito Santo entra na pessoa, ela recebe a vida eterna.
5) A reação apropriada a esse evangelho é marcada pelo arrepen­dimento em relação a Deus e pela fé no Senhor Jesus. Os crentes torna­vam pública essa reação por meio do batismo.
Quando os apóstolos levavam a mensagem para além dos judeus, precisavam fazer um embasamento da mensagem, mas isso era desne­cessário nos casos em que as pes­soas já possuíam as mesmas pres­suposições teológicas. Em Listra e Atenas, Paulo teve de começar apre­sentando Deus como Criador (14.15-17; 17.22-31).
Em Jerusalém, Pedro pôde falar aos judeus sobre Jesus como Senhor, título sagrado entre os judeus. Os gentios usavam o termo "Senhor" de modo muito vago.
Para expressar o mesmo título divino, Paulo referiu-se a Cristo como o Filho de Deus. Pedro não explicou a relação entre a morte de Cristo e o perdão dos pecados. A lei judaica deixava claro que a expiação resultava do sacrifício com derramamento de sangue; Pedro não precisava ex­plicar isso. Para os gentios. Porém, Paulo explicou a relação que havia e que Cristo morreu por nossos peca­dos, principalmente em suas cartas (lCol5-3).

FONTE: Manual Bíblico Vida Nova – David S. Dockery

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