domingo, 30 de setembro de 2012


SALMO 119 O ALFABETO DE OURO



Tu ordenaste teus mandamentos, para que diligentemente os observássemos.Sl 119.4

De tal sorte que, quando tivermos feito tudo, nos sintamos servos inúteis, tendo feito somente aquilo que nos competia fazer, não indo além do mandamento de nosso Senhor. Os preceitos de Deus requerem criteriosaobediência, não sua observância por acidente. 

Há quem presta a Deus um serviço displicente, uma sorte de obediência à revelia; o Senhor, porém, não ordenou tal serviço, tampouco o aceita. Sua lei demanda o amor de todo nosso coração, de toda nossa mente, de toda nossa alma e de toda nossa força; e uma religião displicente não contém nada disso.

 Somos também chamados a uma zelosa obediência. Devemos guardar os preceitos sobejamente: os vasos de obediência devem estar cheios até à borda; e o mandamento concretizado, à plenitude de seu significado. Como um profissional diligente se ergue para fazer tanto negócio quanto possa, assim devemos ser solícitos em servir ao Senhor o máximo que pudermos. Tampouco devemos poupar sacrifícios em agir assim, pois uma obediência diligente também será laboriosa e saturada de renúncia

Os que são profissionais diligentes levantam mais cedo e assentam mais tarde, e negam a si o merecido conforto e repouso. Não se mostram logo cansados; ou, se o sentem, perseveram mesmo com a fronte dolorida e os olhos pesados. É assim que devemos servir ao Senhor. Tal Mestre merece servos diligentes; tal serviço ele demanda e nada menos que isso o satisfaz. Quão raramente os homens o atendem! Por isso muitos, por sua negligência, perdem a duplicada bênção expressa neste Salmo.

Alguns são diligentes em superstição e indispostos a cultuar; é nosso dever ser diligentes em observar os preceitos de Deus. Não viajaremos com rapidez se não estivermos habituados com a rodovia. Os homens se fazem diligentes numa empresa que está gerando prejuízo; quanto mais negócio fazem, mais perda têm: se isso é um grande mal no comércio, pior ainda o é no tocante a nossa religião.

Deus não nos ordenou ser diligentes em fazer preceitos, mas em guardá-los. Há quem põe jugo em seu próprio pescoço e faz algemas e normas para outros; mas uma diretriz sábia se satisfaz com as normas da Santa Escritura, em relação a todos os homens e em todos os aspectos. Caso não ajamos assim, podemos tornar-nos eminentes em nossa própria religião, mas não teremos observado o mandamento de Deus, nem seremos por ele aceitos.

O salmista começou com a terceira pessoa: "Bem-aventurados são os retos." Ele está agora aproximando-se do pessoal, atingindo a primeira pessoa do plural: "Tu [nos] ordenaste teus mandamentos." Logo o ouviremos clamando pessoalmente para si mesmo: "Quem dera meuscaminhos fossem dirigidos para observar teus mandamentos." Quando o coração se avoluma em amor pela santidade, mais interesse pessoal temos nela. 

A Palavra de Deus é um livro repassado de afeto; e quando começamos a entoar os louvores divinos, ele logo nos domina interiormente e passamos a orar para sermos conformados a seus ensinamentos. Não gostaria o leitor de parar aqui, e de entregar-se à extasiante meditação de seu próprio coração na autoridade divina das Escrituras, a fim de devotar-se pessoalmente a cuidadosa, meditativa, constante, pontual e alegre observância dos preceitos do Senhor? 

Fonte: Salmo 119 - Charles H. Spurgeon

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