Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. 1 Pedro 1.3
A esperança cristã diz respeito não somente ao nosso futuro individual (a ressurreição do corpo), mas também ao nosso futuro cósmico (a restauração do universo). Esta promessa é ainda mais relevante na atualidade em vista do aquecimento global e da ameaça de desastre ambiental.
Porém, em geral nós cristãos temos a tendência de pensar e falar muito sobre um céu etéreo e muito pouco sobre o novo céu e a nova terra, por mais que toda a Escritura esteja permeada dessa esperança mais abrangente e material.
A Bíblia começa com a criação original do universo e termina seus últimos capítulos com a criação de um novo universo. E entre essas duas criações, a perspectiva é ofuscada pelo Alfa e Ômega, Princípio e Fim.
A primeira expressão explícita dessa esperança cósmica é a palavra de Deus em Isaías 65: “Pois vejam! Criarei novos céus e nova terra” (v. 17).
O próprio Jesus falou da palingenesia, termo que significa literalmente “novo nascimento”, mas traduzido pela Nova Versão Internacional como “regeneração de todas as coisas” (Mt 19.28)
No restante do Novo Testamento os três autores apostólicos principais (Paulo, Pedro e João) fazem alusão ao mesmo tema.
Paulo escreve que toda a criação será um dia liberta de sua escravidão de dor e decadência (Rm 8.18-25).
Pedro profetiza que o presente céu dará lugar a um novo céu e uma nova terra, que serão o lar da justiça e da paz (1Pe 3.7-13).
A seguir, João relata que viu a mesma substituição, junto com a Nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus (Ap 21.1-2). No mesmo capítulo ele afirma que os reis da terra e as nações trarão sua glória à cidade, embora “nela jamais entrará algo impuro” (Ap 21.27).
Precisamos ter cuidado na interpretação desses versículos, mas eles parecem dizer que a cultura humana não será de todo destruída, e sim que, uma vez purificada da corrupção do pecado, será preservada para embelezar a Nova Jerusalém..
Em suma, assim como na ressurreição do corpo, também na restauração do universo o velho não será de todo destruído, mas transformado. Esta é a nossa esperança viva mediante a ressurreição de Cristo dentre os mortos (1Pe 1.3).
Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora; e não só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa adoração, a saber, a redenção do nosso corpo. Porque na esperança fomos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos. (Rm. 8.18-25)
Retirado de A Bíblia Toda, O Ano Todo (Editora Ultimato, 2007)
Por Litrazini
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