A graça estava embrulhada em panos e deitada numa manjedoura.
Foi a graça que morou entre nós, que curou o doente, fez o cego enxergar e levantou o morto.
Foi a graça que festejou com os cobradores de impostos degradados, que era chamada de amiga dos pecadores, que não jogou a primeira pedra.
Foi a graça que foi cravada na cruz junto com nosso pecado e nossa culpa, a graça que a sepultura não pode esconder, que agora está sentada do lado direito do Pai, que um dia voltará para nos buscar.
Nós precisamos nos lembrar que fomos salvos pelo perdão, mas que somos amados hoje pela graça divina.
Normalmente, todas as cartas gregas começavam com a palavra chairin, que significa “saudações”, mas o apóstolo Paulo mudou esse costume pois, ele começava todas as suas cartas com a palavra “graça”, ele usava a palavra charis, que era parecida na forma, mas radicalmente diferente no significado. “Graça e paz seja convosco”. E, terminava da mesma forma: “A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito”. “A graça seja com todos os que amam”.
A graça é a sua invocação; a graça é a sua bênção, a graça é tudo o que está entre as duas coisas.
Graça é o que levou Saulo ao chão na estrada para Damasco.
Graça é o que o colocou de joelhos por seu pecado e o livrou dele.
A graça cravou na pele de Paulo um espinho para que evitasse ser destruído por sua própria arrogância e transformou a fraqueza dele na própria força do poder de Deus. “A minha graça te basta”, Deus disse e, para Paulo, graça é a primeira e a última palavra e todas as palavras do meio. Paulo nunca mais deixou de ficar admirado diante da graça.
Se não há nada como o ato da graça, e ela é a única coisa que a igreja tem para nos oferecer, porque nos esquecemos dela com tanta facilidade?
Por que igrejas cheias de pessoas que dizem que foram salvas pela graça podem ter gente tão intolerante?
Porque quando perguntamos a um descrente o que ele pensa quando se diz a palavra evangélico, ele cita uma postura conservadora, condenatória ou moralista e não o amor repleto de graça?
Os autores da Bíblia dizem que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Isto porque somente os humildes desejam recebê-la.
Quando estamos desesperados, quando conhecemos a urgência da nossa necessidade, estamos abertos à graça.
Os cobradores de impostos e os filhos pródigos caem de joelhos com a maior facilidade.
A graça não é nenhuma garantia de consciência limpa, mas muitas pessoas adotam essa visão distorcida. Elas passam ano após ano sofrendo de desobediência, soltando a raiva sem pesar as consequências, praticando transgressões sem parar para pensar, recusando-se a viver com equilíbrio, gastando tempo e dinheiro, sem considerar o caminho do Espírito, tudo em nome da graça.
Os sábios escritores da vida espiritual, alertam as pessoas sobre a necessidade de refletir sobre a cruz, sobre a morte de Cristo. Fica muito difícil ser ingrato com as pessoas e recusar-se a perdoá-las, quando nos colocamos à sombra da cruz.
Precisamos de pessoas que nos aceitem, recebam e amem incondicionalmente; pessoas que não dizem somente o que queremos ouvir, mas alguém que fale a verdade por amor, e, quando vêem nossos erros não nos rejeitem, mas, se aproximam de nós e nos mostrem o verdadeiro sentido da graça de Deus.
Por Litrazini
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