sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Princípios para as amizades de homens piedosos


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Por Carlos Mendes


Homens piedosos precisam de bons amigos. Amigos nos enriquecem, nos empobrecem, nos alegram, nos irritam, nos magoam! Todos querem amigos, mas nem todos estão dispostos a terem amigos. Não há dúvida de que queremos desfrutar de amizades sinceras, mas, infelizmente, muitas de nossas igrejas não se prestam a ser um ambiente onde as verdadeiras amizades, amizades desinteressadas e leais possam se desenvolver. No entanto, antes de procurarmos termos amigos devemos procurar ser amigos como Jesus foi. Neste artigo, gostaria de destacar, a partir de uma leitura do livro Homens do Futuro de Douglas Wilson, alguns princípios para a amizade entre homens piedosos.

Boas amizades são encontradas em igrejas fieis.

As escrituras vão orientar homens a ter amizades saudáveis e não só isso, vão ensinar também como devem ser essas amizades. As amizades são uma realidade pactual na vida dos servos de Deus, portanto, é difícil ter boas amizades fora da comunidade do pacto, ou seja, fora da igreja. Mas, preciso fazer esse comentário, hoje em dia, essas amizades não serão encontradas em qualquer igreja, é importante que seja uma igreja onde a Palavra é fielmente pregada e que em todas as áreas ela é biblicamente orientada. Desta forma, o primeiro passo para se encontrar uma boa amizade é que ela seja encontrada em uma igreja fiel às escrituras. Portanto, quando for mudar de cidade pense nisso antes de fazer a escolha pra qual cidade vai mudar. A igreja que você frequentará influenciará profundamente nas amizades que você e sua família terão e consequentemente na sua visão de mundo.

Evite homens iracundos.

As Escrituras nos orientam a evitar homens contenciosos (Pv 16.28). Homens iracundos com certeza vão magoar seus amigos (Pv 17.9). Além do mais, a ira é um pecado contagioso, sendo assim, a probabilidade de você também se tornar alguém irado é grande.

Ame seus amigos, mas não dependa deles.

Aqueles que dependem desesperadamente de seus amigos, dificilmente farão boas amizades. O amigo é aquele que serve, não aquele que suga os que estão à sua volta (vampiros emocionais). Um amigo verdadeiramente piedoso não faz exigências emocionais, mesmo que essa exigência seja feita em nome da amizade. Tome cuidado para não entrar em uma amizade com alguém que manipula as emoções. Sentimentos de pena e dependência são sinais de que a amizade não é boa.

Evite amigos bajuladores.

As Escrituras nos alertam também para amizades interesseiras (Pv 19.4-7). Esse tipo de amizade provoca armadilhas (Pv 17.18). Amigos assim estão apenas interessados em nosso “valor monetário”, não em nossos valores eternos. Fuja deles!

Amizades crescem em torno de pontos em comum.

As grandes amizades devem crescer em torno de interesses comuns. Mas qual dever ser o ponto em comum? O maior interesse em comum que uma amizade deve ter é que ambos cresçam em semelhança a Cristo (Rm 8.28,29).

Verdadeiros amigos fazem sacrifícios uns pelos outros.

Uma verdadeira amizade é definida pela disposição de ambas as partes em fazer sacrifícios. Afinal, o maior amigo de todos os tempos fez o maior sacrifício de todos (Jo 15.13-15). Da mesma forma, bons amigos são dispostos a doar-se e sacrificar-se. Os amigos de verdade estão por perto nas adversidades, não apenas nos momentos oportunos para serem vistos como “bonzinhos”, na verdade, neste momento, os verdadeiros amigos se tornam irmãos (Pv 17.17). O amigo de verdade é fiel mesmo quando a aflição passa a fazer parte da amizade. Um verdadeiro amigo ama em todo tempo.

Busque ter amigos sábios.

Algo maravilhoso é ter amigos que nos orientam biblicamente quando somos insensatos (Pv 27.9-11). Um amigo estulto não é muito útil, principalmente nos momentos de aflição. Bons amigos nos encorajam a fazer o certo e nos desencorajam a fazer o errado. Verdadeiros amigos vão nos dissuadir a fazer o errado. No entanto, amigos devem ter o cuidado para não se intrometer ou dar palpite quando não é necessário. Por exemplo, piadas de mau gosto que ridicularizam o amigo, que o diminuem e ressaltam defeitos devem ser evitadas. Não que o bom humor não seja necessário em uma boa amizade, mas as brincadeiras devem ter os seus limites, o sacarmos e as ironias devem ser evitados. Nenhuma amizade verdadeira é possível separada da amizade com Deus (Tg 2.23).

Amizade e casamento.

Boas amizades nos preparam para bons casamentos. Elas nos ensinam o significado do verdadeiro companheirismo, sendo assim, conseguimos ver nossas esposas como companheiras também (Ml 2.14). Um homem que não compreende o significado da amizade não aprende a ser um bom marido.

Seja honesto com seus amigos.

A honestidade amorosa é essencial para um bom relacionamento, mesmo que às vezes ela promova alguns problemas. Alguns amigos nos ouvem, outros não. No entanto, um dos principais objetivos da amizade é fazer o outro crescer em Cristo e para isso há necessidade de se falar a verdade em amor.

Amigos não crentes.

As escrituras não nos proíbem de ter amigos não cristãos. O apóstolo Paulo, por exemplo, possuía amigos não crentes (At 19.13). E ele mesmo não proibia o relacionamento com os pagãos (1 Co 10.27). Mas é o tipo de amizade que tem que ser cuidadosamente analisada, pois é um grande perigo que o não crente influencie o amigo crente mais do que o contrário. O padrão é que se tenham amizades piedosas (Sl 119.63). Seja criterioso, e analise se seu amigo incrédulo é um refugiado do mundo (interessado no evangelho) ou um propagandista dele. E o seu amigo não é alguém atraído pela fé evangélica, então não é uma boa que essa amizade continue (Pv 28.7).

Há limites para as amizades.

Pv 25.17 nos orienta que deve haver bom senso nas amizades, para que não exageremos e nos tornemos inconvenientes.

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