segunda-feira, 24 de setembro de 2012



Arrependimento e Fé
Escrito por Pr. Luis Antonio dos Santos  

Mateus 3:1 "E, NAQUELES dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus."

Este é o tema central da pregação de Jesus Cristo, segundo os evangelhos. Mateus se dirige aos gregos como "reino do céus", Marcos e Lucas falam sobre o "reino de Deus". João Batista apareceu pregando que o reino do céu estava próximo (Mat. 3:1-2).

O reino de Deus e a igreja estão ligados um ao outro, porém não são a mesma coisa, nem estão no mesmo lugar. Em 1a cor.4:20, Paulo diz que o reino de Deus não consiste em palavra, mas em poder; Enquanto que a base de crença da igreja verdadeira são as escrituras verdadeiras e fieis da palavra de Deus.

O próprio Jesus disse que o reino dEle não é deste mundo (João 18:36). Enquanto que Deus criou a igreja, uma instituição local e visível, para agrupamento dos santos e lugar de adoração a Deus, aqui na terra.

O reino é a totalidade de atividade remidora de Deus operada no mundo em Cristo, que consiste na salvação e remissão dos pecados, presença do Espírito Santos no íntimo, posse da vida eterna e adoração a Deus, também chamada novo nascimento. O novo nascimento acontece através da igreja quando a palavra é pregada, "a fé vem do ouvir". Assim sendo o novo nascido tem o direito de ver o reino de Deus (João 3:3).

Jesus estabelecerá um Reino inabalável, indestrutível, intransferível e eterno.

DAN 2:44 Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,

ARREPENDIMENTO E FÉ

MAT 3:1 E, NAQUELES dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judéia, e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.

O arrependimento
O arrependimento é o primeiro aspecto da experiência inicial da salvação experimentada pelo crente, experiência esta que é chamada conversão. A conversão autentica é uma parte essencial e a prova da regeneração. A regeneração é a obra de Deus no íntimo e a conversão é a exteriorização da salvação, por parte do homem, através do arrependimento e da fé.

Há duas espécies de arrependimento. O arrependimento evangélico e o arrependimento legal. O arrependimento legal surge inteiramente através do temor das conseqüências do pecado. Esta é a espécie que Judas provou. A palavra traduzida arrependimento aqui significa mudança de pensamento, de propósito, isto é, de ponto de vista referente a matéria; significa possuir outra atitude mental a respeito de algo.

Conforme a parábola dos dois filhos:

Mt. 21:29 "Respondeu: não quero, depois, arrependido foi".

O arrependimento evangélico é acompanhado de tristeza segundo Deus e se opera no coração pelo espírito regenerador de Deus. É sobre arrependimento evangélico que ora consideremos.

O arrependimento abrange dois elementos essenciais.


O ódio ao pecado:

SAL 97:10 Vós, que amais ao SENHOR, odiai o mal. Ele guarda as almas dos seus santos; ele os livra das mãos dos ímpios.

"Esse é um dos fatores essenciais do arrependimento. É inseparável da mudança de pensamento já referida, pois essa mudança de pensamento se dá a luz do pecado, porque o pecado é visto como grande mal. Considerado sob essa luz, torna-se objeto de repugnância. Nesse ponto, coincidem o arrependimento e a Regeneração; O pecador arrependido odeia o pecado e os pecados dos quais se arrepende; o pecado que é depravação ou corrupção de natureza, e os pecados que são as transgressões incitadas pela natureza pecaminosa. O pecado é aquela cousa abominável que Deus aborrece e odeia, e torna-se o objeto de ódio do pecador arrependido.

Tristeza por causa do pecado.


II COR 7:9 Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma."Isso acompanha o ódio ao pecado. Aquele que se arrepende odeia os pecados pelos quais se entristece, e se entristece por causa dos pecados que odeia. Esse ódio e essa tristeza são recíprocos. O remorso é tristeza em vista as conseqüências do pecado, mas o arrependimento condena o pecado que produziu tais conseqüências. Lágrimas estão nos olhos do arrependimento, confissão em seus lábios, os pensamentos de Deus sobre o pecado em seus pensamentos, o afastamento do pecado é o seu caminho, a contrição se apossa de seu coração, o apossar-se de Cristo se encontra em suas mãos, ao arrepender-se.

O arrependimento e a penitência contrastado

A tradução católica Romana da Bíblia (Versão Douay) substitui a palavra arrependimento por "penitência" (Penitência: sacramento que consiste na acusação contrita dos próprios pecados, a fim de obter perdão divino ou absolvição. (Penitenciar: Impor penitencia; Expiar, pagar; Castigar-se por culpa cometida arrependendo-se.)) Dic. Aurélio

Assim lemos pela versão Douay: "Fazei penitencia, porque o reino de Deus está próximo" Mt. 3:2; "A menos que façais penitencia, todos igualmente perecereis " Lc. 13:5. "Testifico tanto a Judeu como gentios pela penitencia para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo" At. 20:21.

É absolutamente falso dizer que a punição de pecados passados pelo jejum ou tais exercícios penitenciais semelhantes como quantidade de rezas, caridade, auto-flagelação, fazem parte do sentido da palavra arrependimento. "O verdadeiro arrependimento consiste de emoções mentais e emocionais, não de castigos externos auto-impostos".

A vida piedosa e a devoção a Deus não são arrependimento, senão FRUTOS DE ARREPENDIMENTO.

Crer em penitencia é negar a suficiência da santificação de Cristo pelos nossos pecados em franca contradição com a Bíblia. Rm. 4:7-8; Hb. 10:14.

O arrependimento é um Dom de Deus.


A passagem seguinte mostra isto:

ATOS 5:31 Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.

A fé.
A fé salvadora:

A fé salvadora é a confiança e firmeza no Senhor Jesus Cristo como o salvador pessoal de alguém portador de pecados. Desde que a salvação inclui a santificação tanto como a justificação, a fé salvadora alcança a entrega do ser a Cristo.

A fé como um dom de Deus:

Isto esta provado pelas passagens já citadas que designam o arrependimento como um dom de Deus; porque como veremos, o arrependimento e a fé são graças inseparáveis. Cada uma quando aparece só nas escrituras, abraça a outra; porque se isso não fosse verdade, as passagens que mencionam só uma ou outra, ensinavam que alguém possa salvar-se tanto sem arrependimento como sem fé. Visto que a nossa vinda a Cristo e a crença nEle são o resultado da obra do poder de Deus. Isto está ainda provado pelo fato que a fé é um fruto do Espírito Santo. Gl. 5:22

A Fé necessariamente se expressa em obras:

A fé é um princípio dinâmico. Ela ergue o amor e portanto as obras. Gl. 5:6. A fé que não se expressa em obras é uma fé morta. Tg. 2:17

O terreno da Fé:


Cristo objetivamente revelado à mente e ao coração, é o alicerce da fé. Está isto exposto em toda a Bíblia e está iniludivelmente ensinado em Rm. 10:11-17. Lemos ali que a fé vem pelo ouvir, achamos também ali a pergunta (implicando uma impossibilidade): "Como crerão naquele que não ouviram" A Bíblia nada ensina sobre uma fé secreta, que pode existir à parte do conhecimento de Cristo.

A fé é o aspecto positivo da verdadeira conversão, o lado humano da regeneração. Pelo arrependimento, o pecador abandona o pecado; pela fé ele se volta para Cristo. O arrependimento e a fé são inseparáveis e paralelos. O verdadeiro arrependimento não pode existir a parte da fé, nem a fé à parte do arrependimento.

O arrependimento e fé são graças sincronicas inseparáveis, ou simultâneos. É evidente do fato que, quando um homem é vivificado para a vida, não pode haver lapso de tempo antes dele arrepender-se, nem pode haver qualquer depois que ele crê. Doutra maneira, teríamos a nova natureza em rebelião contra Deus e em incredulidade. Assim, não pode haver ordem cronológica em arrependimento e fé.

Uma outra coisa que mostra a inseparabilidade do arrependimento e da Fé é o fato que as escrituras muitas vezes menciona uma de ambas como meio de salvação. Por causa deste fato devemos pensar de cada um, quando usado separadamente, como compreendendo o outro.

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