EM COMO OS
MINISTROS DE LOUVOR ROUBAM A GLÓRIA DE DEUS
Por Giuliano Miotto
O livro de Isaías sempre me deixa assombrado por causa de algumas
das mais incisivas passagens da Bíblia acerca da natureza de Deus e sobre a
situação do povo. Já no começo, Isaías que era um profeta e um homem justo, estremece
quando tem a visão do trono de Deus e dos Serafins com seis asas. Ele apenas
exclama: “Ai de mim! Pois estou perdido;
porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros
lábios; os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos.” (Is 6:5)
Isso tudo é bastante significativo e é totalmente contrário ao
clima de irreverência, ganância financeira e falsa intimidade que alguns músicos,
“profetas”, líderes e, especialmente, os autodenominados ‘ministros’ de louvor
têm demonstrado a respeito das supostas visões celestiais que alegam ter visto
e em face das revelações tremendas de músicas, melodias, ministrações e palavras
que têm aparentemente recebido de Deus.
Não posso julgar cada músico e dizer quem é de Deus e quem não é,
muito menos posso dizer, sem conhecer todo o contexto da vida desses homens,
quem tem recebido inspiração divina para compor, pregar, ministrar e cantar e
quem está apenas utilizando o poder latente da alma para criar canções,
palavras e ministrações para massagear a alma dos ouvintes, entretê-los e tirar
uns bons trocados deles.
Mas posso, OUSADAMENTE,
afirmar, com base Bíblica, que qualquer músico, profeta, ministro, pastor,
líder, apóstolo, arcanjo ou seja lá qual o seu título ou ministério, QUE COBRE AO MENOS R$ 0,01 (HUM CENTAVO)
POR SEU TRABALHO COMO “MINISTRO” ESTÁ TOTALMENTE EQUIVOCADO E, PIOR DO QUE
ISSO, ESTÁ EM PECADO E ROUBANDO A GLÓRIA DE DEUS.
Parecem fortes as minhas palavras? Pois vamos então para a própria
Palavra de Deus revelada aos homens e que vocês dizem seguir. Vejamos o
seguinte texto do livro de Isaías:
“Assim diz
Deus, o SENHOR, que criou os céus, e os estendeu, e espraiou a terra, e a tudo
quanto produz; que dá a respiração ao povo que nela está, e o espírito aos que
andam nela.
Eu, o
SENHOR, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei
por aliança do povo, e para luz dos gentios. Para abrir os olhos dos cegos,
para tirar da prisão os presos, e do cárcere os que jazem em trevas.
EU SOU O SENHOR; ESTE É O MEU NOME; A MINHA GLÓRIA, POIS, A OUTREM
NÃO DAREI, nem o meu
louvor às imagens de escultura.” (Cap. 42:5-8)
Veja que o texto é bastante claro a respeito do assunto, pois
declara que tudo o que existe, até mesmo a nossa respiração vem como uma graça
de Deus e que este JAMAIS DIVIDE A SUA
GLÓRIA COM NINGUÉM!!!
Ora, com certeza muita gente que ler este artigo vai pensar
naquela passagem onde se diz que o trabalhador é digno de seu salário para
tentar justificar essas práticas abomináveis de cantores ‘góspeis’ que cobram
cachês, valores para ir nas ‘igrejas’ ou vendem o CD para quem quer ouvir suas
músicas. Sendo que a pior situação é daqueles que estão contratados por
gravadoras sejam elas de cunho religioso ou secular, pois estas empresas
existem apenas para explorar o “mercado gospel” e fazer comércio com a fé das
pessoas.
Quero dizer, como advogado e conhecedor das leis, que direitos
autorais são garantidos por lei e visam dar proteção aos criadores de obras
artísticas, dentre outros. Mas direitos autorais são feitos para um mundo
caído, que não glorifica a Deus como deve e para proteger (glorificar) aqueles
que se julgam autores de suas obras.
Não sou contra os direitos autorais e nem acho que um cristão deva
escutar músicas piratas, nem ler livros sem pagar por isso, já até escrevi
sobre isso. Mas o que estou dizendo é que os artistas e autores do mundo “gospel”
deveriam repensar suas práticas e pararem de roubar a glória de Deus para si. Deixem
os direitos autorais para quem acha que fez alguma coisa de si mesmo.
Saiam dos palcos, púlpitos, das televisões, das rádios, das
gravadores e comecem a praticar aquilo que Jesus ensinou: “E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os
enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de
graça recebestes, de graça dai. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em
vossos cintos, Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem
bordão; porque digno é o operário do seu alimento.” (Mateus 10:7-10)
Vejam que o trabalhador é digno apenas do salário (alimento) não
de carros de luxo, ouro, prata, hotéis caros, jantares suntuosos e todas estas
coisas, sobre as quais vem a devida condenação. Isso que você está fazendo
muito provavelmente é o que está descrito em 2 Pedro 2, verso 3: “E por avareza farão de vós negócio com
palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença,
e a sua perdição não dormita.” Talvez você esteja já com raiva de mim e
pensando: quem é este doido para me julgar? Saiba que eu não posso te julgar,
mas a Palavra pode e sua alma pode estar irremediavelmente condenada e você
achando que está fazendo a “obra”.
Esse assunto continua... E, por favor, não se ofenda se o texto disser
respeito às suas práticas, apenas se arrependa e dobre-se diante da Palavra de
Deus. Quanto a mim, pode dizer o que quiser. Tudo o que disse de músicos e
ministros de louvor se aplica a pastores, apóstolos, líderes e toda corja de
comerciantes da fé.
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