Uma Igreja só será operosa se os seus membros também o forem. Como poderemos ser operosos? A resposta não passa necessariamente pela capacidade contributiva financeira de seus membros, mas sim pela presença em nosso meio do Espírito Santo. Com efeito, para transformarmos corações e levarmos às pessoas a verdadeira conversão em Cristo Jesus é necessário o mover do Espírito Santo em nossas vidas e na vida daqueles que serão transformados.
Não adianta termos apenas “um bom coração”, cheios de planos mirabolantes, de planilhas, de entusiasmo e movido das melhores intenções se o Espírito Santo não está em nós. A verdadeira unção nos é dada pelo poder do Espírito Santo. Não existe poder sem a presença do Santo Espírito. O profeta Isaías bem observou esse fundamento, ao exortar que:
“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados, a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a sua glória” (Is. 61.1/3).
E mais, uma igreja será operosa se os seus membros estiverem unidos entre si com esse Espírito, todos imbuídos de um único objetivo: anunciar ao mundo que o Senhor Jesus é o Senhor da história, o Deus da Providência e que sem Ele não há salvação para as nossas almas. Nesse contexto, não há espaço para desavenças, contendas e divisões, porque essas atitudes revelam que o Santo Espírito não está em nós. Ao revés, deve haver compreensão, mansidão e perdão, “Porque Deus não nos deu espírito de temor, mas de poder, de amor e de moderação” (II Tim. 1.7).
Precisamos adotar como paradigma a igreja que abalou o mundo, descrita em Atos 2.42/47. O Pentecostes foi a vinda definitiva e permanente do Espírito Santo para estar com a Igreja, Jesus Cristo subiu e o Espírito Santo desceu. O Espírito Santo veio para habitar na Igreja, para capacitar a Igreja, e para revesti-la de poder para viver e pregar a palavra. Aquela Igreja crescia na exata medida em que “… perseverava na doutrina dos apóstolos e na comunhão do pão e das orações…” (2.42), na exata medida em que, “… em cada alma havia fundado temor…” (2.43) e, finalmente, na exata medida em que todos os crentes “… estavam juntos e tinham tudo em comum…” (2.44).
A doutrina dos Apóstolos é o que nós temos hoje na escritura, é aquilo que nós temos hoje registrado no novo testamento como verdade inspirada, como verdade revelada, infalível e suficiente. A igreja que abalou o mundo naquela época era uma igreja viva, que dava testemunho para a sociedade, o resultado disso, é que Deus acrescentava dia a dia os que iam sendo salvos. Portanto, uma lição importante nós conseguimos extrair: – consoante bem explicitado pelo Reverendo Hernandes Dias Lopes, em mensagem intitulada “Uma Igreja que abalou o mundo” – “… é Deus quem acrescenta à igreja os que vão sendo salvos, o crescimento da igreja não é administrado por nós, é obra de Deus; um planta, outro rega, mas é Deus quem dá o crescimento, o crescimento da igreja é conseqüência de um estilo de vida vivido por esta igreja, Deus é o Deus que conduz o seu povo em triunfo,
Deus é o Deus que elege, Deus é o Deus que chama, Deus é o Deus que justifica, Deus é o Deus que transforma, Deus é o Deus que realiza maravilhas para que a Sua igreja cresça numericamente e espiritualmente. Esta foi a igreja que abalou o mundo…”. Portanto, se desejarmos crescer enquanto igreja, numericamente como espiritualmente, é necessário atentarmos para o exemplo da igreja primitiva. Buscar a presença do Santo Espírito, que capacita cada um de nós, revestindo-nos de poder e da unção do Senhor. Hoje celebramos a Ceia do Senhor! Ela nos une a pessoa de Cristo. Ela é o memorial eterno até a vinda gloriosa do Senhor Jesus. Por derradeiro e, já avizinhando o limiar de um novo ano, ela constitui uma rica oportunidade para meditarmos sobre tudo isso, se de fato pretendemos crescer. Pensem nisso!
(Pb. João Eduardo Soave)
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