sábado, 22 de setembro de 2012


Os movimentos Pentecostais e Neopentecostais na história

Falar sobre os movimentos de linha pentecostal pontuando alguns deles na história, é algo bem difícil e intenso, muitos homens e mulheres tem seus nomes associados a esses movimentos, porém gostaria de fazer um apanhado histórico bem mais antigos antes de entrarmos no Séc XX, em que foi deflagrado um dos mais fortes e mais influentes pensamentos pentecostais de todos os tempos e que a partir daí, ir um pouco mais longe especificamente no  Séc II e depois mostrar algumas características e mudanças que acontecerem no desenvolvimento desse evangelicalismo.

Montanismo:

O Montanismo foi o primeiro movimento com tendências pentecostais que se tem notícia na história da igreja cristã. Com tendências tão notadamente pentecostais que evidenciam um embrião do pentecostalismo, com algumas manifestações de profecias e revelações como são os pontos evidentes desta linha de pensamento.

Quem foi Montano:

O movimento recebeu o nome de seu precursor, Montanus, nascido na Frigia, Ásia Menor no Séc II, fui fundada mais propriamente entre o ano de 150-170 d.c. Não temos muitas informações que expressem esse homem como algum tipo de intelectual ou erudito de sua época.

Uma igreja confusa base para o Montanismo:

Com a confusão do sentido da ação constante e imediata do Espírito Santo, segundo o entendimento do Séc II, na medida em que a era apostólica foi se encerrando, algumas manifestações mais intensas do Espírito Santo, aparentemente diminuíram, e isso afetou ainda mais a compreensão sobre o papel do Espírito Santo na vida da igreja. Jo14 & 16.
O Montanismo surge como uma representação de uma dispensação especial do Espírito Santo, combinando entusiasmo profético com um messianismo eminente. Ele representava também uma reação contra as tendências seculares que já se apresentavam dentro da igreja, o radicalismo sempre vem acompanhado de uma reação contrária às circunstâncias mais frágeis.

Características desta heresia:

Este movimento caracterizou como:
Volta ao profetismo, Montano dizia que havia recebido a revelação do Espírito Santo para declarar uma nova revelação que baseava-se no cumprimento da promessa de Cristo e na inauguração da era do Espírito Santo. Na verdade ele foi um pouco mais longe que isso, ao afirmar que o próprio Jesus o havia chamado para inaugurar a era do Espírito.
Propunha o Ascetismo, visando uma preparação para o encontro final de seus adeptos com Cristo, ele ensinava a abstinência sexual, proibindo assim o casamento, alegava a necessidade de jejum de 15 dias por ano sem consumo de carne, negava também a absolvição daqueles que cometessem pecados mais graves mesmo após o arrependimento, confissão e o batismo.
As mulheres eram obrigadas a usar véu nas funções sagradas e eles também rejeitavam qualquer vinculo com as artes e as letras.

Auxiliares de Montano:

Esta heresia propagou-se rapidamente por Roma, Ásia Menor e mesmo ao Norte da África e teve como auxiliares, gente que ajudou a alavancar esse modo herético de interpretação bíblica. Montano teve ao seu lado, duas mulheres que diziam-se profetisa do Senhor.
Uma delas chamava-se Priscila e a outra Maximila e se auto-proclamavam porta-vozes de Deus anunciando que o fim do mundo estava próximo e que a Frígia, seria o local em que a nova Jerusalém haveria de ser instalada o que levava até está localidade um número enorme de fiéis. O pecado no coração do homem, sempre incontestavelmente o leva a crer, que este mesmo homem pode fazer algo em benefício de si mesmo.

Tertuliano um de seus mais importantes adeptos:

Tertuliano sem sombras de dúvidas pode ser colocado ao lado dos seis principais teólogos do período patrístico, dentre eles destacam-se Justino Mártir 100-165, Irineu de Lião 130-200, Orígines 185-254, Atanásio 296-373, Agostinho de Hipona 354-430 e Tertuliano 160-225.
Nasceu na cidade de Cartago no norte da África e foi convertido ao cristianismo aos trinta e poucos anos de idade. É considerado frequentemente o pai da teologia latina em função do grande impacto que esta teve sobre a igreja ocidental. Ele defendeu a unidade do AT e do NT em oposição a Márcion, segundo o qual os Testamentos estavam relacionados a deuses diferentes, sendo que o do AT era um e o NT outro.

Ao defender a teologia da unidade dos testamentos acabou lançando as bases para a doutrina da trindade, ainda que fosse um homem consagrado pelas defesas que fazia do cristianismo, não aceitava que usassem fontes extra-escrituristicas para se fazer apologética. Este homem tornou-se no final da vida, um dos grandes seguidores de Montano. Nunca alcançaremos um nível espiritual  que nos torne livres de queda e de deslizes nesta vida.

O Pentecostalismo Bíblico:

Após demonstrar que desde o começo da nossa era, desvirtuamentos aconteceram com o propósito de envergar a verdade bíblica sobre os fatos como eles realmente são, gostaria de neste momento, mostrar brevemente o significado do pentecostalismo bíblico e depois fazer algumas considerações.
O que é foi a festa do pentecoste: Deus no AT, após a libertação do povo de Israel do Egito, instituiu algumas festas, chamadas de festas solenes, nas quais o povo de Deus de acordo com cada uma dessas festas, deveria trazer ao Senhor sacrifícios de várias espécies. A festa do pentecoste passou a ser comemorada, 50 dias após o sábado da semana da páscoa CNF Lv23.4-7,15-16. Ele era celebrado no primeiro dia da semana e era uma das três festas mais importantes nas comemorações anuais em Israel precedida pela Páscoa Nm28.16-25.

A razão do nome Pentecostes está no período de duração da festa que é de cinqüenta dia após a páscoa como já mencionei acima, o nome hebraico para ela é hag xabu´ot.

Da cerimônia: Enquanto a Páscoa era uma festa caseira, a festa do pentecoste era agrícola, realizada na roça, ao passar dos tempos, ela foi levada para os lugares de culto, especialmente para dentro do templo de Jerusalém, local em que as pessoas se reuniam para a celebração desta santa convocação.

a) O começo da cerimônia dava-se quando a foice atingia as espigas Dt16.9, e nunca é demais lembrar que às que caíssem no chão deveriam ser dadas aos pobres e necessitados de entre o povo Dt16.11.
b) A cerimônia prosseguia para o local do culto, como uma forma de evidenciar tanto a obediência quanto o reconhecimento de que Deus é quem cuida de seu povo Ex23.17.
c) Havia da parte de Deus uma santa convocação, em que todos eram chamados para participar daquela festa Dt16.11, todos os que eram nascidos e os que viviam em Israel.

d) Foi chamada de Santa convocação porque ninguém durante os dias de comemoração deveria trabalhar, o trabalho resumia-se ao culto e a adoração prestada ao Senhor como alegria, demonstrando além do mais, de que é Deus quem cuida e ampara o seu povo. Lv23.21, Deus é o Senhor da providencia Sl104.
e) Além de tudo isso, observamos também, que a festa incluía como objetivo, atos de ações de graça oferecidos a Deus como agradecimento ao Senhor, pela libertação de Deus ao seus servos tirando-os do Egito Dt16.12.
Portanto, algumas percepções das paridades existentes entre a festa do pentecoste e a escolha desta festa por Deus no período do NT, são ao mesmo tempo fundamentais para entendermos sua necessidade para a época do grande evento do pentecoste Neo Testamentário.

Observando At2:

Em Atos2, vemos a descida do Espírito Santo numa dimensão inaugural da vida da igreja que passaria a testemunhar numa perspectiva a partir da encarnação do Verbo, algo que até então fora visto somente em uma visão de futuro.
O dia do pentecoste comemorava cinqüenta dias após a Páscoa, evento que naquele ano foi marcado pela morte do Cordeiro Pascal Cristo o redentor dos filhos de Deus, fato importante que não podemos esquecer Mt26.26. At2.1.
Uma outra questão é que esses que estavam reunidos eram todos os apóstolos e pessoas que não faziam parte do colégio apostólico AT1.15-16.
Receberam o dom de Deus para poder testemunhar sobre os grande atos de Deus na história, sobre o Deus protetor e providente 2.4.

Se o pentecoste antigo teve como finalidade o testemunho para todos os povos daquela época que deveriam participar da festa, nesse evento no dia do pentecoste, os homens deveriam levar o evangelho a todos os outros fossem eles quem fossem 2.5.
A ação do Espírito Santo tinha como objetivo anunciar a libertação aos povos, de que esta libertação está em Cristo Jesus Senhor nosso 2.14… o discurso de Pedro mostra isso. Há muitas paridades que evidentemente nos ajudam a entender a marcação desse evento nesta época.
Porém a ação do Espírito Santo no pentecoste é única e não repetitível, e é exatamente aqui, que há divergências e aqui é o local em questão com o surgimento de pensamentos equivocados da parte daqueles que são pentecostais, pois para eles este evento se repete sendo que não há respaldo bíblico para essa afirmação.

Observe o que Cristo fala sobre a descida do Espírito Santo numa época inaugural da Nova Igreja Jo20.22, Jl2.28-32, Jo14.16-17, Jo16.13-15. Esses são alguns textos que mostram a não repetição da descida do Espírito sobre a igreja que agora é fundamentada sobre o testemunho dos apóstolos. Portanto, grupos que surgiram depois no universo da igreja, surgiram com tendências a afirmar em busca de uma nova relação com o Espírito Santo, que os acontecimentos de AT2, são repetidos no decorrer da história, aqui e ali.

Movimento Pentecostal:

O puritanismo,e a tradição religiosa mais influente da história dos EUA, além de seu cultivo intelectual e teológico, deu forte ênfase a um cristianismo fervoroso e prático. No entanto, influencias européias deram uma orientação diferente à vida religiosa norte-americana. Essas influências foram o pietismo alemão e o metodismo inglês canalizados através dos grandes avivamentos.
O primeiro Despertamento liderado por Jonathan Edwards e George Whitefield, teve maior afinidade com a tradição reformada. Porém, o Segundo Despertamento das primeiras décadas do Séc XIX, sob a direção de homens como Timothy Dwght, Barton Stone e especialmente Charles Finney. Eles não só privilegiaram o tipo mais emocional de experiência religiosa, mas lhe deu um forte conteúdo sinergista, arminiano.

Os estudiosos encontram as origens teológicas do pentecostalismo na tradição metodista. Wesley ensinou a doutrina da inteira santificação ou perfeição considerando-a uma experiência distinta da conversão. O caminho para o pentecostalismo estava sendo alicerçado, por meio da promoção dos despertamentos e da santificação ou perfeição cristã. Após a guerra civil americana 1861-1865, a simbologia pentecostal passou a influenciar cada vez mais as igrejas Americanas sendo que a santificação passou mais a ser entendida como o batismo com o Espírito Santo.
O surgimento nessa época das primeiras agremiações de igrejas ligadas ao movimento pentecostal como a Associação Nacional Holiness 1867 e a Associação Holiness de Iowa 1879 introduziram também nos últimos anos do século as primeiras denominações holiness, como a Igreja de Deus em Cristo 1897 e a Igreja Pentecostal Holiness 1898.

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